Homem que quebrou relógio histórico no 8/1 é preso dois dias após soltura
Condenado a 17 anos pelo STF, ele teve liberação de regime semiaberto revertida por Alexandre de Moraes e voltou à prisão

Mariane Veiga
Publicado em: 21/06/2025 às 08:10 | Atualizado em: 21/06/2025 às 08:19
O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por depredar um relógio histórico no Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, foi novamente preso pela Polícia Federal em Catalão (GO), dois dias após ter sido liberto por decisão judicial.
Ferreira havia sido solto por ordem do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG), que concedeu a progressão para o regime semiaberto, sob argumento de bom comportamento e cumprimento da fração necessária da pena.
O magistrado também autorizou a soltura sem o uso de tornozeleira eletrônica e justificou que o Estado não dispunha do equipamento no momento.
A decisão, no entanto, foi criticada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou a prisão do réu e abertura de investigação contra o juiz.
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Moraes afirmou que a decisão violou a competência do Supremo e a Lei de Execuções Penais, uma vez que o condenado teria cumprido apenas 16% da pena.
Dessa forma, percentual abaixo dos 25% exigidos para progressão no caso de crimes com violência.
Com isso, a Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Minas Gerais também abriu procedimento para apurar a conduta do juiz.
Em nota, o governo mineiro negou falta de tornozeleiras e informou que a instalação do equipamento em Ferreira já estava agendada.
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Foto: reprodução/Agência Brasil