Valor de mercado da Hapvida cai R$ 7,8 bilhões após desobedecer Justiça
Ações acumulam queda de 22,6% no ano. E investidores estão preocupados.

Diamantino Junior
Publicado em: 16/02/2024 às 19:53 | Atualizado em: 16/02/2024 às 19:54
O valor de mercado da Hapvida sofreu uma queda significativa de R$ 7,8 bilhões somente neste ano, totalizando agora R$ 25,8 bilhões, de acordo com dados do Valor Data. As ações da empresa registraram uma queda de 0,58% nesta quinta-feira (15), acumulando uma redução de 22,6% ao longo do ano, com uma forte desaceleração nos últimos dez dias.
Os investidores demonstraram desânimo devido à projeção de que a taxa de sinistralidade de 68%, prevista para o terceiro trimestre deste ano, só será alcançada em 2025.
Em resposta a essa perspectiva, o Itaú BBA reduziu o preço-alvo das ações de R$ 7 para R$ 6, enquanto o Goldman Sachs diminuiu suas estimativas de R$ 5,40 para R$ 4,80 na semana passada.
O Itaú BBA observou que a prioridade da Hapvida é a integração com a NotreDame Intermédica em São Paulo.
No entanto, a cautela da empresa em minimizar possíveis perturbações entre os beneficiários da Intermédica resultou no adiamento de certos ajustes operacionais no Sudeste, impactando a meta de atingir uma sinistralidade de 68% até o início de 2025.
Leia mais
Justiça condena Hapvida a indenizar cliente por negar cirurgia
As denúncias recentes sobre a Intermédica, relacionadas ao não cumprimento de liminares judiciais para cobertura de tratamentos médicos, também afetaram a confiança dos investidores.
O Ministério Público de São Paulo está investigando o caso.
O Goldman Sachs justificou sua recomendação de compra reduzida para neutro com base em vários fatores, incluindo desaceleração nos reajustes de preços em diversas regiões do país, atritos na integração de novos ativos, custos de medicamentos acima do esperado e aumento significativo nos casos de dengue, entre outros.
O Citi avaliou que a queda nas ações reflete preocupações renovadas sobre um processo prolongado de recuperação de margem e uma contínua fraqueza comercial, o que pode resultar em outro ciclo de revisões negativas.
Leia mais no Valor
Foto: reprodução