Governo paga R$ 4,6 bi de dívidas, metade deixada só por Bolsonaro
A quitação dos débitos com a ONU assegura o direito de voto do Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2024

Ferreira Gabriel
Publicado em: 04/01/2024 às 20:49 | Atualizado em: 04/01/2024 às 20:51
O Brasil quitou R$ 4,6 bilhões em dívidas com organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros. As informações são do Ministério do Planejamento e Orçamento, nesta quinta-feira (4).
Segundo a pasta, do total metade foram deixadas pelo governo de Jair Bolsonaro:
- R$ 2,73 bilhões são de passivos consolidados em 31 de dezembro de 2022. Ou seja, débitos não pagos nos exercícios anteriores;
- R$ 1,89 bilhão são referentes ao ano de 2023.
De acordo com a pasta, foram pagos em 2023:
- R$ 289 milhões em orçamento regular à ONU;
- R$ 1,1 bilhão de passivos referentes a missões de paz da ONU;
- R$ 500 milhões ao Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul.
O Ministério de Planejamento e Orçamento não detalhou os demais pagamentos.
A pasta afirma que a quitação dos débitos com a ONU assegura o direito de voto do Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2024.
Em 2023, o país também retomou o direito de voto na Organização Internacional para as Migrações (OIM); na Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO); na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA); na Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) e no Tribunal Penal Internacional (TPI).
No Orçamento de 2024, as despesas com contribuições a organismos internacionais foram classificadas como obrigatórias. Para o governo, isso “evitará o acúmulo futuro de passivos com organismos internacionais de direito internacional público”.
Em nota, o Ministério afirmou que o pagamento “fortalece a imagem do Brasil no cenário internacional global e regional, reafirma o compromisso do país com o multilateralismo e reforça a capacidade de atuação diplomática em prol dos interesses nacionais e dos princípios que regem a política externa brasileira”.
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Foto: Ricardo Stuckert/PR