Golpe de Bolsonaro: após STF ouvir testemunhas, chega vez dos réus
Trata-se dos réus que teriam executado ações táticas que incluíam o monitoramento de alvos do complô e planos de sequestro e execução de autoridades

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 23/07/2025 às 15:41 | Atualizado em: 23/07/2025 às 15:54
O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá interrogar na próxima segunda-feira, 28 de julho, os dez réus do núcleo 3 da trama golpista.
A data foi marcada nesta quarta-feira (23) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, que deve conduzir os depoimentos. Como informa a Agência Brasil.
Trata-se dos réus que teriam executado ações táticas que incluíam o monitoramento de alvos do complô e planos de sequestro e execução de autoridades.
Testemunhas
Assim, nesta quarta foram encerrados também os depoimentos de todas as testemunhas dos quatro núcleos da trama golpista, com a oitiva dos últimos nomes arrolados pelas defesas do núcleo 3.
Com esses últimos depoimentos, foram ouvidas todas as testemunhas que se dispuseram a comparecer para responder a perguntas relacionadas à tentativa de golpe de Estado.
Isto é, seja por indicação da acusação ou das defesas dos 31 réus que compõem os quatro núcleos do processo.
Dessa forma, está marcado para esta quinta-feira (24) o interrogatório dos seis réus do núcleo 2, que foram acusados de gerenciar ações estratégicas para o sucesso do golpe.
Ou seja, com a redação de uma minuta de decreto golpista e a utilização ilegítima da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Réus
No mesmo dia, serão interrogados também os sete réus do núcleo 4, que segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foram responsáveis por espalhar notícias falsas e desinformação.
Eles tinham como objetivo criar desconfiança nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral, construindo clima social favorável ao golpe.
Os interrogatórios serão transmitidos ao vivo pela TV Justiça, assim como ocorreu com os depoimentos dos réus do núcleo 1 da trama golpista.
Em ações penais, tal procedimento costuma ser público e aberto, mas o caso da trama golpista é o primeiro em que são também veiculados ao vivo pelos canais oficiais do Supremo.
O procedimento difere ainda do adotado para as oitivas das testemunhas. Nesse caso, por ordem de Moraes, os depoimentos não foram transmitidos, podendo ser acompanhados apenas por jornalistas diretamente de uma sala, em Brasília.
Com o encerramento de todos os depoimentos, as gravações com as falas das testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 da trama golpista devem ser anexadas aos autos de cada ação penal.
Segundo a publicação, o caso da trama golpista foi dividido em quatro ações penais, conforme fatiamento do caso feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, com autorização da Primeira Turma do Supremo.
Sobretudo, o procedimento foi justificado como sendo uma forma de racionalizar e agilizar o processamento do caso, apesar de criticado pelas defesas.
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Confira abaixo quem são os réus dos núcleos 2, 3 e 4:
Núcleo 2
- – Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro);
- – Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro); Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal);
- – Mário Fernandes (general do Exército);
- – Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal);
- – Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário adjunto de Segurança do Distrito Federal).
Núcleo 3
- – Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército);
- – Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel);
- – Estevam Theophilo (general);
- – Fabrício Moreira de Bastos (coronel);
- – Hélio Ferreira (tenente-coronel);
- – Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel);
- – Nilton Diniz Rodrigues (general);
- – Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel);
- – Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel);
- – Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel);
- – Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel);
- – Wladimir Matos Soares (policial federal).
Núcleo 4
- – Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
- – Ângelo Martins Denicoli (major da reserva);
- – Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente);
- – Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel);
- – Reginaldo Vieira de Abreu (coronel);
- – Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);
- – Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).
*Com informações da Agência Brasil.
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