País indignado com golpe, Bolsonaro diz a seguidores que vence Lula em 2026
Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 e acusado de liderar tentativa de golpe, afirma que disputará as eleições presidenciais de 2026, mesmo sob iminência de prisão.

Diamantino Junior
Publicado em: 27/11/2024 às 11:26 | Atualizado em: 27/11/2024 às 15:27
Mesmo inelegível até 2030 e sob iminência de ser preso por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro afirmou que será candidato à presidência da República em 2026. A declaração veio após a divulgação do relatório da Polícia Federal (PF), que o aponta como líder de uma organização criminosa responsável por tramar contra a democracia brasileira.
A Polícia Federal divulgou um relatório detalhado de mais de 800 páginas que incrimina Jair Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado.
Segundo o documento, Bolsonaro teria usado sua posição como presidente para disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral desde 2019, visando deslegitimar o resultado caso fosse derrotado nas urnas.
Minuta de decreto e reuniões golpistas
O relatório destaca a existência de um decreto elaborado no Palácio do Planalto, que previa a decretação do Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de impedir a posse de Lula.
Em reuniões com comandantes militares, Bolsonaro buscou apoio para a execução do plano.
Enquanto o comandante da Marinha aderiu, os chefes do Exército e da Aeronáutica recusaram, levando o ex-presidente a buscar apoio de oficiais de Operações Especiais.
“Punhal Verde Amarelo”: plano de assassinato de líderes
Outro ponto crítico é o plano batizado de “Punhal Verde Amarelo”, que previa o assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
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A PF identificou documentos e mensagens que ligam diretamente Bolsonaro e membros de sua equipe ao planejamento dessas ações.
8 de janeiro e a continuidade do plano golpista
Mesmo após a posse de Lula, o relatório aponta que a esperança de um golpe persistiu entre os conspiradores, culminando nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Naquele dia, mensagens trocadas entre apoiadores de Bolsonaro evidenciavam a expectativa de adesão das Forças Armadas.
Implicações políticas e legais
Embora inelegível até 2030, Bolsonaro ainda se posiciona como candidato para 2026 e utiliza pesquisas para mobilizar seus seguidores.
No entanto, com o peso das acusações, ele pode enfrentar décadas de reclusão.
O relatório da PF não apenas desmascara a conspiração golpista, mas também expõe os riscos para a democracia brasileira, levantando a necessidade de responsabilização rigorosa dos envolvidos.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil