General Theofilo conta tudo á PF e deixa bolsonaristas em pânico
Militar depõe à Polícia Federal sobre possível envolvimento na tentativa de golpe para manter Bolsonaro na presidência.

Diamantino Junior
Publicado em: 29/02/2024 às 15:48 | Atualizado em: 29/02/2024 às 15:48
O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-membro do Alto Comando do Exército, que anteriormente havia mantido silêncio, optou por depor à Polícia Federal (PF) durante as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Theophilo, que atuou como comandante de Operações Terrestres de março de 2022 a novembro de 2023, liderando a unidade com o maior contingente de tropas do Exército, foi alvo de atenção após revelações de uma reunião com o então presidente Bolsonaro em dezembro de 2022, onde, segundo evidências encontradas no celular do ajudante de ordens Mauro Cid, teria concordado com a adesão ao golpe de Estado, sob a condição de que o presidente assinasse a medida.
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Essa decisão provocou inquietação entre outros militares investigados, levantando a possibilidade de Theophilo decidir cooperar com a PF, à semelhança do tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, cuja delação premiada embasou a Operação Hora da Verdade em fevereiro, que visou Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores, investigados por tentativa de golpe e invalidação das eleições de 2022.
Esses desenvolvimentos têm alimentado preocupações sobre a potencial implicação de outros militares, incluindo Freire Gomes, o último comandante do Exército durante o governo Bolsonaro, em um possível esforço para desviar responsabilidades pela alegada tentativa de golpe de Estado.
Outros generais na trama
Conforme documento que O Globo teve acesso revela a atuação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na trama golpista, que esteve no Palácio da Alvorada das 7h30 às 18h20.
Segundo o relatório da Polícia Federal PF), o documento também afirma que a investigação reuniu dados que “comprovam” que o ex-presidente Jair Bolsonaro “analisou e alterou” uma minuta de decreto que determinava o rompimento constitucional.
Dessa maneira, o relatório entregue ao STF reuniu ainda indícios de que Pazuello, que não foi alvo da operação da semana passada, foi um dos aliados de Bolsonaro que defenderam a ruptura constitucional.
Por exemplo, um dos elementos citados pela PF é um áudio gravado em 8 de novembro de 2022 no qual o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, relata a um interlocutor que o então presidente estava recebendo visitas.
Isto é, “no sentido de propor um ruptura institucional” e “pressioná-lo a tomar medidas mais fortes para reverter o resultado das eleições”. Segundo a PF, a gravação foi endereçada “aparentemente” a Freire Gomes.
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Foto: divulgação