Gebran Neto nega acesso de Lula a conteúdo ilícito captado na Lava Jato

Publicado em: 04/09/2019 às 17:38 | Atualizado em: 04/09/2019 às 17:38

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não terá acesso às mensagens trocadas entre procuradores da operação Lava Jato no aplicativo Telegram. A decisão é do desembargador João Pedro Gebran Neto, Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), conforme publicou a Folha.

Segundo a Folha, a defesa de Lula pediu acesso à íntegra do que foi apreendido em julho pela Polícia Federal na Operação Spoofing.

Quatro pessoas foram presas pela PF, que aponta que eles seriam responsáveis por invadir o dispositivo de conversas Telegram das autoridades, entre elas o chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, de acordo ainda com reportagem da Folha.

Gebran considerou que as interceptações são ilícitas e, portanto, não podem ser usadas pela defesa do ex-presidente.

“A obtenção das mensagens decorreu de atuação criminosa, cujos responsáveis foram, em princípio, identificados. (…) Não há dúvida, assim, que o hackeamento de autoridades públicas por técnica conhecida como spoofing não configura material apto a ser considerado como prova no presente feito ”, escreveu Gebran na decisão publicada na Folha.

O pedido foi feito no processo do sítio de Atibaia (SP), que aguarda julgamento em segunda instância.

Nesse processo, Lula foi condenado em primeira instância a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O desembargador negou ainda outro pedido da defesa de Lula, a suspensão dos processos em curso contra o petista até que sejam apreciadas as questões envolvendo o conteúdo das mensagens.

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Foto: Divulgação/Justiça Federal