Agentes da Funai podem usar arma de fogo, aprova comissão do Senado

Comissão de Meio Ambiente do Senado deu parecer favorável ao projeto.

Agentes da Funai podem usar arma de fogo, aprova comissão do Senado

Diamantino Junior

Publicado em: 08/05/2024 às 15:19 | Atualizado em: 08/05/2024 às 15:22

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (8/5), um projeto de lei que tem gerado considerável debate e polarização: a liberação do porte de arma de fogo para os funcionários da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que atuam na fiscalização.

A proposta, já passada pela Comissão de Segurança Pública (CSP), agora aguarda análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, onde serão avaliados seus aspectos constitucionais e jurídicos. Se aprovada, seguirá para o plenário.

O cerne do projeto é modificar o Estatuto do Desarmamento (lei 10.826/2023), abrindo a possibilidade de os fiscais da Funai portarem armas de fogo para fortalecer a segurança nos territórios indígenas.

No entanto, há critérios rígidos a serem seguidos: os servidores precisam ser tecnicamente e psicologicamente habilitados pelo Sistema Nacional de Armas, além de certificados pelo Comando do Exército para manusear as armas.

A Funai emitiu uma nota à CNN expressando seu apoio ao projeto de lei.

Segundo o órgão indigenista, a proposta é respaldada pela vulnerabilidade dos territórios indígenas e dos próprios servidores que enfrentam condições desafiadoras em seu trabalho de fiscalização, monitoramento, demarcação e proteção territorial, muitas vezes em locais remotos e de difícil acesso, com sistemas de comunicação precários ou inexistentes.

O projeto teve origem em 2022, apresentado pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), durante os trabalhos de uma Comissão Temporária Externa que investigava o aumento da criminalidade e dos ataques contra indígenas, ambientalistas e servidores públicos na região Norte do País.

O debate em torno da proposta ganhou destaque após as trágicas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridas em junho do mesmo ano, evidenciando a urgência de medidas para proteger aqueles que atuam na defesa dos territórios indígenas e ambientais.

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Foto: Divulgação