‘Forças bem poderosas agiram contra investigações do caso Marielle’
A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge disse que isso ficou patente durante o processo de apuração do caso

Mariane Veiga
Publicado em: 04/08/2023 às 18:01 | Atualizado em: 04/08/2023 às 18:16
Segundo a ex-procuradora-geral da República (PGR) Raquel Dodge, quando a vereadora Marielle Franco foi assassinada, em março de 2018, já havia indícios de que não se tratava de um crime comum.
“Forças bem poderosas operaram para paralisar o curso correto dessa investigação [da morte de Marielle], não só para identificar executores, intermediários e mandantes”, disse Dodge.
Em entrevista à GloboNews, nesta sexta-feira (4), a ex-procuradora disse que isso ficou patente durante o processo de apuração do caso.
“Me parecia ali que havia sinais muito claros de uma execução sumária de uma defensora de direitos humanos, uma parlamentar”, afirmou Raquel Dodge.
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Acesso inquérito
A ex-PGR relatou que, em outubro de 2018, solicitou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) para apurar o andamento da investigação das mortes de Marielle e Anderson pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, para apurar se havia indícios da necessidade de federalizar o caso – se, por exemplo, a investigação no âmbito estadual fosse considerada ineficiente.
Segundo Dodge, após o inquérito ser concluído e relatado, o delegado Leandro Almada, que presidia a investigação na PF, solicitou que a então PGR tivesse acesso aos documentos, que apontavam a ocorrência de crimes como fraude processual e falsidade ideológica no decurso das investigações do caso.
Segundo Dodge, o inquérito solicitado por ela foi concluído e relatado, mas ela não teve acesso autorizado a ele, mesmo com o pedido de Almada.
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Foto: Nelson Jr./SCO/STF