Filho de Bolsonaro foge do Brasil e corre para colo de Trump
Eduardo Bolsonaro deixa o Brasil após alegar perseguição, mas sua saída ocorre em meio a pedidos de retenção de passaporte e investigações em andamento.

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 18/03/2025 às 15:59 | Atualizado em: 18/03/2025 às 16:00
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) perecebeu que o cerco está se fechando e anunciou que deixará temporariamente o cargo e se mudará para os Estados Unidos. Segundo ele, a decisão responde à suposta perseguição política contra ele e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar da alegação, Eduardo não enfrenta indiciamento ou denúncia na investigação sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. No Supremo Tribunal Federal (STF), a única ação contra ele envolve um pedido de apreensão de passaporte feito pelos deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rogério Correia (PT-MG). O STF aguarda o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre o caso.
O parlamentar afirmou que permanecerá nos EUA para denunciar o que chama de violações de direitos humanos no Brasil e buscar sanções contra autoridades. Segundo ele, sua decisão de se afastar do mandato permitirá um engajamento mais intenso nessa causa.
“Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, declarou Eduardo em vídeo publicado nas redes sociais. Ainda segundo ele, só voltará ao Brasil quando Moraes for punido por “abuso de autoridade”.
Antes de se licenciar, Eduardo era o principal nome do PL para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Creden). Com sua saída, Luciano Zucco (PL-RS) surge como favorito para ocupar o cargo, embora Luiz Philippe de Orléans e Bragança e Filipe Barros também estejam na disputa.
A decisão pegou lideranças do PL de surpresa. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes, disse que o partido não sabia da mudança, mas classificou a escolha como “pessoal e corajosa”. Já Eduardo minimizou a perda do cargo e reforçou sua estratégia internacional. “Minha posição de deputado federal me facilitava, sim, a abertura de portas internacionais, mas essas portas já estão abertas”, afirmou.
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Foto: divulgação