Igreja evangélica orienta seguidores no país a não doar nada ao RS

A liderança dos Testemunhas de Jeová no Brasil instrui fiéis a doar via Pix da igreja e evitar campanhas independentes para ajudar desabrigados no Rio Grande do Sul.

Diamantino Junior

Publicado em: 21/05/2024 às 18:12 | Atualizado em: 21/05/2024 às 18:13

A liderança máxima dos Testemunhas de Jeová no Brasil orientou suas congregações a não participarem de campanhas de arrecadação independentes e a não enviarem dinheiro diretamente para os desabrigados no Rio Grande do Sul. Em uma carta cuja autenticidade foi confirmada, a liderança sugere que os fiéis façam suas doações através do Pix da igreja, caso realmente queiram contribuir.

No comunicado, a liderança enfatiza: “Se a sua congregação ainda não foi convidada [a ajudar], pedimos que não façam arranjos pessoais para enviar doações”. Eles também desencorajam a participação em vaquinhas virtuais, alegando que, embora a intenção seja boa, há riscos quanto à autenticidade dos organizadores e à correta destinação dos valores arrecadados.

A carta especifica que apenas as congregações de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul foram mobilizadas para participar no envio de doações, informando que aproximadamente 2.000 fiéis afetados pela enchente já estão recebendo os cuidados necessários. Além disso, o documento recomenda que os fiéis aceitem ajuda apenas de programas do governo federal.

Para os anciãos, responsáveis pela parte administrativa das congregações, a liderança destaca a importância de uma assistência bem organizada e coordenada de maneira eficiente em desastres.

Os Testemunhas de Jeová se orgulham de sua abordagem cuidadosa na utilização dos donativos, evitando duplicação de esforços, confusões e desperdício de recursos, aspectos frequentemente problemáticos quando os membros agem por conta própria.

O Departamento de Informações ao Público (DIP) dos Testemunhas de Jeová, consultado sobre a questão, mencionou que, no início das enchentes, diversos veículos de mídia alertaram sobre golpes financeiros e fake news relacionados à ajuda aos refugiados.

“Nesse contexto, procuramos alertar e orientar os interessados em fornecer ajuda humanitária de forma organizada”, afirmou a instituição.

Eles também ressaltaram que, naturalmente, cada Testemunha de Jeová tem a liberdade de decidir como apoiar campanhas de ajuda humanitária, independentemente do modo em que sejam prestadas.

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Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República