E. Bolsonaro, Nikolas e outros foram aos EUA com dinheiro público

A Câmara dos Deputados desembolsou ao menos R$ 52,7 mil em passagens e hospedagens para parlamentares que participaram de uma audiência pública no Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) no início deste mês, intitulada “Brasil: crise da democracia, da liberdade e do Estado de Direito?”.

Esses gastos, registrados no sistema virtual da Câmara, ainda podem aumentar, já que os deputados têm até 90 dias para declarar despesas adicionais e solicitar reembolso.

A missão oficial a Washington teve o objetivo de denunciar “violações da liberdade de expressão” no Brasil, comparando o governo a uma ditadura.

O deputado Cabo Gilberto (PL-PB) afirmou que os parlamentares estavam lá para mostrar o que realmente estava acontecendo no Brasil em termos de censura e respeito à legislação.

A comitiva incluía congressistas ligados a Jair Bolsonaro, como Bia Kicis, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro e Rodrigo Valadares.

Leia mais

Após fracasso da soltura de Brazão, E. Bolsonaro se queixa aos EUA

Outros participantes foram o deputado cassado Deltan Dallagnol, o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira, o influenciador Rodrigo Constantino e o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo.

A viagem aos EUA ocorreu enquanto a Câmara articulava medidas emergenciais para o Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas.

Os parlamentares brasileiros compareceram como convidados, não como testemunhas.

Até agora, apenas três deputados registraram a viagem como missão oficial: Bia Kicis, Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira.

Nikolas Ferreira declarou quatro diárias e meia, totalizando R$ 10,1 mil.

Bia Kicis e Gustavo Gayer declararam cinco diárias, cada um somando R$ 11.299,20 em hospedagens. Os valores das passagens ainda não foram cadastrados.

Eduardo Bolsonaro e Rodrigo Valadares, que não registraram o evento como missão oficial, já declararam os gastos com passagens.

Eduardo Bolsonaro gastou R$ 8.692,11 e Rodrigo Valadares solicitou reembolso de R$ 11.383,59, incluindo um trecho em primeira classe.

Os gastos totais divulgados até agora somam R$ 52,7 mil.

Outros parlamentares, como Filipe Barros e Eduardo Girão, afirmaram que custearam suas viagens do próprio bolso.

A assessoria de Marcos Pollon prometeu divulgar os gastos na próxima semana, enquanto Cabo Gilberto ainda não se pronunciou.

Segundo a Câmara, os deputados podem usar a cota parlamentar para despesas típicas do mandato, como passagens aéreas, hospedagens e alimentação.

O valor da cota varia conforme o estado, sendo o maior para deputados do Acre (R$ 50.426,26) e o menor para o DF (R$ 36.582,46).

Leia mais no congresso em foco UOL

Foto: Reprodução