Cúpula de Belém vai afirmar: países da Amazônia podem cuidar da floresta
Diretor da OTCA defende ajuda do Fundo Amazônia a demais países da região

Ferreira Gabriel
Publicado em: 30/07/2023 às 09:44 | Atualizado em: 30/07/2023 às 09:44
Para o diretor-executivo da OTCA, embaixador Carlos Alfredo Lazary “os países amazônicos são capazes de cuidar da Amazônia”.
Em entrevista ao Correio Braziliense, o diplomata destacou sobre o papel da Organização Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) no cuidado e proteção da região.
Segundo o diplomata, a reunião da Cúpula da Amazônia, em Belém-PA, deixará claro para as nações do primeiro mundo preocupadas com a capacidade de preservação da Amazônia que os países que compõem a OTCA são capazes de levar adiante esta tarefa.
“O presidente Lula está liderando a retomada dos níveis políticos da OTCA. Mas nunca deixamos de operar aqui e com resultados extremamente alentadores. De 2019 para cá, praticamente quadruplicamos nosso portfólio de programas e projetos. E aumentamos muito os recursos”, declarou.
Conforme um dos trechos da entrevista, o diplomata destacou sobre onde o tratado de cooperação pode levar os países amazônicos.
“Todo esse esforço tem um grande objetivo, que é mostrar ao mundo que os países amazônicos são capazes de cuidar da Amazônia. Só isso. Mostrar que são capazes de trabalhar em conjunto para o desenvolvimento sustentável da região. Até agora, era cada um por si. O que vai sair de Belém é a mensagem de que é melhor estar todo mundo junto do que separado. É o grande objetivo que o Brasil persegue desde 1972”.
O diretor da OTCA também defendeu a gestão de recursos do Fundo Amazônia, que é dinheiro destinado ao Brasil.
“A gestão do fundo é conjunta, dos financiadores (Alemanha, Noruega e Brasil), mas a palavra final é do Brasil. E o dinheiro cai na conta do BNDES. O gesto do Brasil não é obrigatório, é unilateral. É dizer que, para cuidar da Amazônia, é preciso estar junto com os demais países. E são esses 20% que dão espaço de manobra para OTCA”, disse.
Sobre o futuro da Amazônia, o diplomata diz que apesar de ser pragmático, tem “expectativa, quase que utópica”, principalmente em “ver que os países estão botando a Amazônia no rol de políticas de Estado”.
“Uma expectativa mais modesta, mais realista, é garantir que tudo o que a gente está fazendo aqui permaneça no tempo. Se a gente conseguir manter isso tudo, teremos um instrumento fundamental para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, declarou.
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Foto: Tiago Corrêa/ Divulgação