Covid: conselho de médicos contra vacina, 135 crianças morrem em 2023

Dados do Ministério da Saúde apontam que 135 crianças morreram de covid-19 em 2023 no Brasil, a maioria sem vacina.

Covid: conselho de médicos contra vacina, 135 crianças morrem em 2023

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 14/01/2024 às 11:23 | Atualizado em: 14/01/2024 às 11:23

O Conselho Federal de Medicina (CFM), desde sempre, se posicionou contra a imunização contra o novo coronavírus. Conforme Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI).

Ainda segundo a médica, nem mesmo as mais de 700 mil mortes pela covid-19 foram capazes de sensibilizar os dirigentes da entidade.

Com isso, dados do Ministério da Saúde apontam que 135 crianças morreram de covid-19 em 2023 no Brasil, a maioria sem vacina.

De acordo com o blog do Vicente, do Correio Braziliense, esse número, segundo Isabella Ballalai, pode parecer pequeno, mas é uma estatística devastadora.

Ou seja, “ainda mais quando fazemos o exercício de imaginar que uma dessas 135 crianças poderia ser nosso filho, nossa filha, ou um de nossos netos”.

A médica usou esse número terrível a fim de chamar a atenção para mais um dos absurdos cometidos pelo CFM).

O CFM, sabe-se, está dominado por uma ala negacionista, e, sem qualquer justificativa plausível, decidiu fazer uma pesquisa para que os profissionais da saúde opinem sobre a inclusão da vacina contra a covid no calendário de imunização infantil, como decidiu, sabiamente, o Ministério da Saúde.

Na visão de Ballalai, que se expressou por meio das redes sociais, é inacreditável que uma entidade que deveria incentivar a proteção de toda a população, sobretudo as crianças, lance esse tipo de questionamento, que só alimenta o discurso de quem nega a ciência.

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Dessa forma, ela ressalta que recebeu a pesquisa do CFM com surpresa, assim como todos os médicos que prezam pela vida.

“Pela primeira vez, isso é visto, e, infelizmente, dá a entender para muita gente, que já tem muita dúvida, que a vacina contra a covid é diferente das outras”, diz.

Para a diretora da SBI, é preciso deixar claro que a  vacina contra o novo coronavírus, que continua circulando livremente, não é diferente das outras.

“Como todas as vacinas do calendário infantil, ela é importante, pois evita mortes e hospitalizações”, afirma.

Segundo Ballalai, desde 2022, enquanto a tendência de aumento de casos de covid diminuiu entre adultos e idosos, nos menores de cinco anos e, principalmente, nos menores de um ano, o número de infecções só cresceu.

“Não só em termos de casos, mas, especialmente, de hospitalizações e mortes”, frisa.

Sendo assim, diz a imunologista, todas as sociedades médicas vêm se manifestando, tentando entender junto ao CFM o porquê de uma pesquisa dessa natureza.

Ela diz não se lembrar de pediatras terem recebido do Conselho uma pesquisa para decidir sobre determinado material ou tratamento em outras áreas da medicina.

Não me lembro de ter sido consultada. A decisão de incluir ou não a vacinação no calendário é de saúde pública. Nós, médicos, temos, sim, o direito e a obrigação de questionar. Mas a vacina não é questionável. E a decisão de saúde pública de incluí-la no calendário não cabe ao CFM e muito menos a nós, médicos, assinala.

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Foto: Lisa Ferdinando/Secretaria de Defesa dos EUA