Covid: cloroquina pode ter matado 7 mil brasileiros só em 2020
O medicamento não tinha comprovação científica de eficácia contra a doença

Ferreira Gabriel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 12/01/2024 às 09:26 | Atualizado em: 12/01/2024 às 09:28
Com base em estudo de pesquisadores da França, publicado na revista Biomedicine & Pharmacotherapy, o psicólogo Cássio Machado, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), estima que pelo menos 7 mil brasileiros morreram em 2020 pelo uso inadequado da cloroquina contra o vírus da covid-19 (coronavírus).
Conforme Machado, o estudo estima que 16.990 morreram em consequência do uso de cloroquina. E esse número é apenas um recorte da tragédia no mundo. Nos Estados Unidos, um dos países estudados, foram 12.739 mortes.
A cloroquina não tinha aprovação oficial para combater o coronavírus.
Das possíveis 7 mil mortes pela cloroquina no Brasil, só no primeiro semestre da pandemia em 2020, portanto, foram mais de mil ao mês, mais de 30 por dia e, consequentemente, mais de uma por hora, calcula Machado.
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O Sr. Cloroquina
“A cena de um homem que parece perseguir uma ema oferecendo uma caixa de hidroxicloroquina poderia compor o imaginário popular, mas faz parte da nossa memória pandêmica. Assim como ele erguendo a caixa para uma multidão, a ostentando em pronunciamento oficial, a divulgando em vídeos pessoais, sorrindo ao seu lado para grupos de jornalistas ou ainda, no apogeu de sua criatividade, ingerindo um comprimido após anunciar estar infectado”, escreveu Machado em artigo publicado no portal da Unisinos. Leia na íntegra.
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Foto: EBC