COP30: estados e municípios lideram o combate à crise climática

Ana Toni destaca a importância dos atores locais na luta contra a crise climática e reafirma que são essenciais para a COP30, que será realizada em Belém.

Diamantino Junior

Publicado em: 11/05/2025 às 16:10 | Atualizado em: 11/05/2025 às 16:11

Governos locais estão cada vez mais no centro das ações climáticas. Foi essa a mensagem da CEO e diretora-executiva da COP30, Ana Toni, durante uma reunião ministerial do clima em Copenhague, na Dinamarca.

Para ela, estados e municípios têm papel estratégico na implementação de políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas – um protagonismo que já se reflete na preparação da conferência mundial do clima, marcada para novembro de 2025, em Belém, capital do Pará.

“Estados e municípios estão na linha de frente da implementação: oferecem serviços básicos à população, gerem infraestruturas e engajam diretamente as comunidades”, afirmou Toni, destacando que os governos subnacionais são “provedores de soluções” e que somente com esforços integrados será possível conter a emergência climática.

A fala ocorreu durante mesa-redonda sobre a Coalizão para Parcerias Multiníveis de Alta Ambição (Champ), iniciativa criada na COP28, em Dubai, para reforçar a cooperação entre diferentes níveis de governo.

Ana Toni citou projetos que envolvem articulação entre governos nacionais, estaduais e municipais, como o programa brasileiro Cidades Modelo Verdes e Resilientes, o processo participativo das NDCs na Colômbia e o projeto FLOCA, do Quênia.

A menção à COP30, que será sediada por Belém, reforça o papel estratégico da Amazônia no centro do debate climático global.

Embora os estados amazônicos não tenham sido nomeados diretamente na fala de Toni, a escolha da cidade anfitriã e o foco na descentralização das ações climáticas evidenciam a relevância da região.

Também presente no debate, Chilando Chitangala, prefeita de Lusaka (Zâmbia), reforçou o papel essencial dos governos locais: “As cidades estão na linha de frente, mas não podemos agir sozinhas. Precisamos fazer parte das decisões que moldam as políticas climáticas em todos os níveis.”

Leia mais

Em Belém, governo federal quer evitar erros na COP30

A COP30, prevista para ocorrer em novembro de 2025, deve ser marcada por uma forte mobilização de atores locais, principalmente em regiões mais vulneráveis, como os estados amazônicos brasileiros. O evento pode consolidar o papel dos governos subnacionais como peças-chave na ação climática global.

Foto:Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil