Com Lula, gasolina cai 9% ao distribuidor, mas postos aumentam 26%
De acordo com a Petrobrás, as privatizações ocorridas ainda no governo Bolsonaro favoreceram distribuidoras e reduziram o controle sobre os preços finais.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 22/05/2025 às 16:43 | Atualizado em: 22/05/2025 às 16:48
Mesmo após a Petrobrás cortar 9% no preço da gasolina repassada a distribuidoras desde janeiro de 2023, os consumidores viram os postos aumentarem os valores em 26%, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
A margem de lucro de distribuidoras e revendedoras cresceu pelo menos 10% no período, mostra levantamento do Ministério de Minas e Energia analisado por Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, cobrou explicações dos postos e recomendou atenção aos consumidores: “Pressiona, pergunta por que isso está acontecendo”.
Ela criticou a perda de controle da estatal sobre a cadeia de revenda desde as privatizações feitas no governo Bolsonaro. “A Petrobras perdeu poder sobre a ponta”, afirmou.
Entre 2019 e 2021, a estatal vendeu a BR Distribuidora e a Liquigás, que passaram a se chamar Vibra Energia e Copagaz, respectivamente. Segundo Dantas, essas privatizações elevaram significativamente as margens de lucro.
Desde 2019, a margem da gasolina aumentou 43%, passando de R$ 0,73 para cerca de R$ 1,06 por litro. No gás de cozinha, o avanço foi ainda maior: 72% desde 2019.
O diretor do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep), Mahatma dos Santos, afirmou que essa privatização de partes da Petrobrás piorou preços e serviços. Ele defende que se debata a reestatização da BR e da Liquigás.
No entanto, a própria Chambriard admitiu que a Petrobrás está limitada por contratos com a Vibra, que continua usando a marca BR. “Nossa marca está sendo divulgada vendendo gasolina com preço acima do esperado”, lamentou.
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Foto: José Cruz/Agência Brasil