Clubes de tiro eram fachada para armas nas mãos de facções criminosas
O governo Bolsonaro favoreceu muito esse desvio de armas para as mãos de criminosos.
Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 22/05/2024 às 18:14 | Atualizado em: 22/05/2024 às 18:14
Pelo menos quatro Colecionadores de armas de fogo, Tiro Desportivo e Caça (CAC) eram fachadas para armas nas mãos do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa paulista que atua dentro e fora dos presídios.
Nesse sentido, nesta terça (21), a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo deflagaram uma operação para prender integrantes de uma quadrilha de novo cangaço.
Como resultado, segundo a investigação, os principais fornecedores das armas de fogo e de munições utilizadas pelo PCC são CAC. Como informa o g1.
Da mesma forma, ainda na terça, uma outra operação feita pela PF na Bahia prendeu criminosos que abasteciam com armas de fogo diversas facções criminosas no estado, em Alagoas e em Pernambuco.
De acordo com as investigações, entre as armas na negociação do grupo tinham fuzis e espingardas calibre 12 semiautomáticas, que são frequentemente utilizados em assaltos de tipo novo cangaço.
Assim, segundo a Polícia Federal, a operação apreendeu 15 pistolas, 6 fuzis, 2 espingardas e 2 revólveres, além de 25 mil munições.
Dos 20 investigados com ordem de prisão preventiva, dois seguem foragidos: o CAC Jhonnatan Wallas Reis Alves, de Juazeiro, e o ex-PM Jair Faria da Hora, de Salvador.
Além disso, os colecionadores informaram ao Exército o desvio de 6 mil armas desde 2018, segundo um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz.
Em suma, é obrigatório o CAC notificar às autoridades sobre o roubo, o furto ou a perda de uma arma registrada em seu nome. Mas, caso não o faça, não haverá responsabilização legal.
Por isso, segundo o Sou da Paz, o número de armas desviadas pode ser ainda maior.
Leia mais
PF investiga empresário de clube de tiro por ceder arma a criminosos
PF mira atiradores e clubes de tiro por ligação com comércio de armas
CAC com Bolsonaro
Sobretudo, durante os quatro anos em que esteve à frente do Executivo, Bolsonaro editou decretos para facilitar o acesso de brasileiros a armas. Inclusive as de grosso calibre e as de uso restrito, como fuzis.
Assim como também houve aumento no limite de munições disponíveis anualmente para CAC.
Leia mais no g1.
Foto: reprodução/PF/MP