Chefes militares a quem Bolsonaro falou do golpe são ouvidos no STF
General Freire Gomes teria ameaçado Bolsonaro de prisão se levasse plano à frente.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 19/05/2025 às 10:42 | Atualizado em: 19/05/2025 às 10:51
Com o peso das Forças Armadas pairando sobre a trama golpista de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) dá início nesta segunda-feira (19) à oitiva de figuras-chave da crise institucional.
Entre os primeiros a depor estão dois generais que receberam, diretamente de Jair Bolsonaro, uma minuta para impedir a posse de Lula.
Um deles, o então comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, teria reagido com uma ameaça direta de prisão ao presidente caso a proposta avançasse.
Ao lado de Freire Gomes, também presta depoimento Carlos Baptista Júnior, que chefiava a Aeronáutica à época.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) listou ambos como testemunhas, e eles confirmaram à Polícia Federal que Bolsonaro apresentou a minuta em reuniões oficiais.
Para hoje, cinco nomes:
- 1 – Éder Lindsay Magalhães Balbino, dono de uma empresa que teria auxiliado na produção de um material com suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas;
- 2 – Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor que teria elaborado planilhas que supostamente foram utilizadas por Anderson Torres para mapear a movimentação de eleitores no segundo turno das eleições de 2022;
- 3 – Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, que teria atuado para dificultar o deslocamento de eleitores nas eleições de 2022;
- 4 – Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;
- 5 – Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica.
Os depoimentos inauguram uma série de oitivas que devem se estender até junho.
Na quinta-feira (22), será a vez de aliados do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, como o general Júlio Cesar de Arruda e o ex-assessor Luís Marcos dos Reis. Em seguida, a investigação ouvirá nomes ligados à inteligência, como o ex-diretor da Polícia Federal Rolando de Souza.
Já entre 30 de maio e 2 de junho, será a vez de aliados de Bolsonaro, como o governador Tarcísio de Freitas, o senador Rogério Marinho e o ex-ministro Gilson Machado.
Leia na íntegra no g1.
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Foto: Gustavo Moreno/STF