Censo 2022 revela crescimento populacional histórico do Brasil

Observam-se disparidades regionais, com o Centro-Oeste liderando o crescimento e o Nordeste registrando o menor aumento.

Diamantino Junior

Publicado em: 28/06/2023 às 11:20 | Atualizado em: 28/06/2023 às 11:20

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (28/6) os primeiros resultados do Censo 2022, revelando que a população brasileira atingiu a marca de 203 milhões de habitantes. Apesar do aumento de 12,3 milhões de pessoas em relação a 2010, quando foi realizado o último censo, o crescimento populacional do país nos últimos 12 anos foi o mais baixo da história, com uma taxa de apenas 0,52% ao ano.

A informação foi publicada no UOL.

O Censo 2022 enfrentou dificuldades financeiras e logísticas, mas com um investimento adicional de R$ 350 milhões do governo, foi possível concluir a coleta de dados, incluindo 16 milhões de pessoas que seriam inicialmente deixadas de fora.

O presidente do IBGE, Cimar Azeredo Pereira, destacou a importância desse censo histórico para o país e ressaltou a superação dos desafios enfrentados.

A divulgação dos dados sobre a população e domicílios é apenas o começo, pois resultados mais detalhados serão publicados em breve em áreas específicas.

Os demógrafos agora vão analisar o impacto da pandemia de covid-19 nesse baixo crescimento populacional.

O Censo 2022 é um marco histórico para o IBGE, que teve o desafio de realizar o recenseamento em meio a um cenário complexo, entregando resultados definitivos mais rapidamente do que nunca. O levantamento oferece insights valiosos sobre a dinâmica demográfica do Brasil e servirá como base para futuras análises e tomadas de decisão.

Atraso e desafios na realização do Censo

O Censo 2022 enfrentou diversos desafios, começando pelo atraso de dois anos em sua realização. A pandemia da Covid-19 e os cortes de verbas no governo Bolsonaro foram apontados como os principais responsáveis pela demora na coleta de dados, que levou 10 meses para ser concluída.

População e domicílios em destaque

O crescimento populacional registrado pelo Censo reflete-se no aumento do número de domicílios, que passou de 67,5 milhões em 2010 para 90,6 milhões em 2022, um crescimento de 34%. No entanto, a média de moradores por residência diminuiu, sendo agora de 2,79 pessoas por domicílio, em comparação com 3,31 há 13 anos.

São Paulo lidera em população e domicílios

São Paulo mantém sua posição como o estado mais populoso do Brasil, com 44 milhões de habitantes, seguido por Roraima, o estado menos populoso, com 636 mil habitantes. Em relação aos domicílios, São Paulo também lidera, com 11,4 milhões de pessoas. A região Sudeste é a que concentra o maior número de habitantes, com 84,8 milhões de pessoas, enquanto 8% da população reside no Centro-Oeste.

Variações nas cidades brasileiras

Ao analisar as variações populacionais entre 2010 e 2022, o Censo revelou que Manaus foi a cidade que mais ganhou moradores, passando de 1,8 milhão para 2 milhões de habitantes. Por outro lado, Salvador registrou a maior queda populacional nesse período, com uma redução de 2,67 milhões para 2,41 milhões de moradores. Com isso, Fortaleza tornou-se a metrópole mais populosa do Nordeste e a quarta mais populosa do país.

Crescimento desigual entre regiões

O crescimento populacional foi desigual entre as regiões do Brasil. O Centro-Oeste registrou a maior taxa de crescimento, com 1,23% ao ano, mais que o dobro da média nacional. Enquanto isso, o Nordeste teve o menor crescimento, com uma taxa de apenas 0,24% ao ano. Alagoas foi o estado com o menor crescimento do país, apresentando um aumento de apenas 0,02% ao ano. Roraima, por sua vez, teve a maior taxa de crescimento, impulsionada em parte pela inclusão do povo yanomami no recenseamento.

Foto: Pixabay