Vaticano também condena massacre de palestinos por Israel
Durante evento em Roma, o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Parolin, critica operação militar em Gaza e gera controvérsia diplomática.

Diamantino Junior
Publicado em: 20/02/2024 às 19:57 | Atualizado em: 20/02/2024 às 19:57
Durante uma cerimônia realizada em Roma para celebrar os históricos acordos de Latrão, que marcaram o fim dos desentendimentos entre o Reino da Itália e a Santa Sé no início do século 20, o cardeal Parolin, secretário de Estado do Vaticano, fez declarações contundentes sobre a situação em Gaza, gerando uma onda de controvérsia diplomática.
O cardeal Parolin, convidado pelas autoridades italianas para o evento, não hesitou em expressar sua indignação com a escalada de violência na região, particularmente em relação à operação militar em Gaza conduzida por Israel.
Ele enfatizou a necessidade de que o direito de defesa invocado por Israel fosse proporcional, destacando o alarmante número de mortos na área, estimado em cerca de 30. mil pessoas.
Essas observações, proferidas durante um momento dedicado à celebração de um acordo histórico entre a Itália e o Vaticano, rapidamente desencadearam uma forte reação por parte da embaixada israelense em Roma.
Em um comunicado, a embaixada denunciou as declarações do cardeal Parolin como “deploráveis”, argumentando que avaliar a legitimidade de uma guerra exigia considerar todos os elementos em jogo, incluindo a natureza das ameaças enfrentadas por Israel, especialmente diante do que foi descrito como a transformação de Gaza em uma “base terrorista” pelo Hamas.
Além disso, as relações diplomáticas entre as autoridades católicas e o Estado de Israel já estavam tensas desde o início da guerra.
O Patriarcado de Jerusalém havia denunciado anteriormente a morte de duas mulheres cristãs em Gaza, atribuídas a atiradores israelenses, enquanto o embaixador israelense no Vaticano contestou tais acusações, chamando-as de difamatórias.
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Enquanto isso, líderes de países como Austrália, Canadá e Nova Zelândia emitiram um comunicado conjunto, instando Israel a reconsiderar uma possível operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Eles alertaram para as consequências catastróficas que tal ação poderia acarretar, especialmente para os aproximadamente 1,5 milhão de refugiados palestinos na região, que enfrentam uma situação de extrema vulnerabilidade.
Assim, as declarações do cardeal Parolin durante a cerimônia de comemoração dos acordos de Latrão não apenas destacaram a preocupação internacional com a escalada de violência em Gaza, mas também alimentaram uma turbulência diplomática entre o Vaticano e Israel, evidenciando a complexidade e sensibilidade do conflito no Oriente Médio.
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Foto: divulgação