Brics desafia protecionismo global e reforça protagonismo do Sul
Cúpula do Brics no Rio debate protecionismo, dólar, Oriente Médio e COP30 com ausências de Xi e Putin.

Social Midia
Publicado em: 06/07/2025 às 11:46 | Atualizado em: 06/07/2025 às 11:47
O grupo Brics realiza neste domingo (07/7) e segunda-feira (08/7), no Rio de Janeiro, uma cúpula marcada pela tentativa de unificar uma resposta contra o protecionismo comercial liderado por Donald Trump, pela ausência de líderes-chave como Xi Jinping e Vladimir Putin, e por discussões sensíveis sobre o papel geopolítico do bloco.
A reunião, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reúne representantes de 11 países que, juntos, concentram quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global.
Entre os principais temas debatidos está o avanço de medidas tarifárias unilaterais, especialmente após Trump ameaçar novas tarifas de até 100% sobre importações.
Apesar do tom crítico, o texto da declaração final evita mencionar diretamente o ex-presidente norte-americano, evidenciando a cautela dos países do bloco, que ainda mantêm negociações bilaterais com os Estados Unidos da América (EUA).
Outra pauta de destaque é a ideia de criação de uma moeda alternativa ao dólar, proposta incentivada por Lula, mas descartada pela presidente do banco dos Brics, Dilma Rousseff.
Segundo ela, ainda não há viabilidade para substituir a moeda estadunidense como padrão global.
No campo da política internacional, o grupo chegou a um consenso sobre o conflito no Oriente Médio, mantendo a posição de “profunda preocupação” com os bombardeios ao Irã, mas sem citar diretamente Israel ou os EUA. O Irã, novo integrante do Brics, buscava uma postura mais firme, o que foi rejeitado pelos demais membros.
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A cúpula também discutirá temas como mudanças climáticas, inteligência artificial e saúde pública, com foco especial na Amazônia e na preparação para a COP30, que será sediada em Belém (PA).
O encontro marca ainda a primeira ausência física de Xi Jinping desde 2012 e de Putin, que participará por videoconferência. Para garantir a segurança, mais de 20 mil militares estão mobilizados no Rio de Janeiro.
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Foto: Ricardo Stuckert