BR-319: desmatamento, queimadas e invasões avançam, diz Ibama
Documentos da própria licença no Ibama mostram risco de mais desmate e grilagem com a pavimentação.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 05/01/2024 às 11:37 | Atualizado em: 05/01/2024 às 11:37
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) constatou o avanço de devastação, queimadas e ocupação de terras públicas ao longo da BR-319.
Segundo a vistoria feita pelo órgão, isso ocorre com o arco de desmatamento rumo às porções central e norte do Amazonas, duas das mais preservadas da Amazônia.
De acordo com a Folha/Uol, o desmatamento tem ritmo crescente antes mesmo de obras de restauração da rodovia, que liga Manaus a Porto Velho.
Dessa forma, documentos da própria licença no Ibama mostram risco de mais desmate e grilagem com a pavimentação.
Assim, a vistoria ao longo dos 877 km da rodovia foi feita entre 18 e 23 de setembro de 2023. O relatório foi concluído em 31 de outubro.
Conforme a publicação, a Folha obteve o documento, que aponta a existência de 225 áreas degradadas na BR-319.
Sobretudo, essas áreas precisam ser recuperadas com urgência e parte delas oferece riscos à própria plataforma da rodovia, segundo o Ibama.
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Recomendação
Ainda segundo a reportagem, os técnicos que fizeram a vistoria recomendaram autuação do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Ou seja, por descumprimento de condicionantes e por ter falhado na recuperação de erosões.
É que o órgão do governo federal é o responsável por ações de conservação e restauração da rodovia. O documento com a recomendação integra o processo de licenciamento.
Dessa maneira, os técnicos do Ibama, na inspeção feita em setembro, disseram ter constatado “vários pontos de queimadas e desmatamento no entorno da rodovia, alguns com residências estabelecidas”.
Relatório
Conforme o relatório, isso é uma evidência do processo de transformação do uso do solo na região, com uso e ocupação ilegal de terras públicas.
Além de possível avanço do arco do desmatamento para as porções central e norte do Amazonas.
Da mesma forma, há uma tendência de aumento do desmatamento, concentrado na parte sul do trecho do meio e na parte mais próxima de Manaus, além de outros municípios com acesso fluvial ou por estrada.
Por exemplo, no trecho do meio, o Ibama constatou que espaços previstos como passagens de fauna não vêm sendo respeitados nas ações de conservação.
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Foto: divulgação/Greenpeace