Bolsonaro sabia do plano para matar Lula

Na reunião em sua casa, general Braga Netto aprovou e de aval para execução do plano de mortes

Mariane Veiga

Publicado em: 26/11/2024 às 22:25 | Atualizado em: 26/11/2024 às 23:24

Além de apontar o envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder após o resultado das eleições presidenciais de 2022, o relatório final da investigação da Polícia Federal (PF), divulgado nesta terça-feira (26), mostra que o político tinha “pleno conhecimento” de um plano para matar o então presidente eleito Lula da Silva (PT).

O sigilo do inquérito foi derrubado nesta terça pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

Aval general

Conforme a investigação que indiciou o ex-presidente, o general da reserva Walter Braga Netto e outras 35 pessoas, Braga Netto teve participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe, inclusive na tentativa de obstrução da investigação.

O militar concorreu nas eleições presidenciais de 2022 como vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro.

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Ele também foi ministro-chefe da Casa Civil, de 2020 a 2021, e ministro da Defesa, de 2021 a 2022.

A investigação identificou que, após a elaboração do planejamento operacional para prender e matar o ministro Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, Geraldo Alckmin, o núcleo de militares das forças especiais do Exército, os denominados “FE”, realizaram um encontro no dia 12 de novembro de 2022, na residência de Braga Netto “para apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”, diz o relatório da PF.

A reunião contou com o tenente-coronel Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima. No encontro, o planejamento foi apresentado e aprovado pelo general.

No último sábado (23), a defesa do militar divulgou uma nota dizendo que o general mantém lealdade ao ex-presidente Bolsonaro.

“A defesa do General Braga Netto acredita que a observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos e as responsabilidades de cada ente envolvido nos referidos inquéritos, por suas ações e omissões”.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil