Bolsonaro retoma ataque ao STF e vacina e produz provas contra si

A insistência em uma suposta tese de falibilidade no voto eletrônico levou Bolsonaro a ser declarado inelegível pelo TSE.

Bolsonaro retoma ataque ao STF e vacina e produz provas contra si

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 06/02/2024 às 10:22 | Atualizado em: 06/02/2024 às 10:22

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a espalhar desinformação sobre vacina da covid. Com isso produz prova contra si ao defender o tratamento precoce.

Dessa forma, ele concedeu entrevista ao influenciador português Sérgio Tavares, a quem disse que o STF trabalhou com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em “uma gestão para eleger Lula a qualquer preço”.

Conforme divulgou o site Notícias ao Minuto, Bolsonaro sobre o pleito de 2022: “Ninguém consegue entender como Lula da Silva venceu as eleições”.

Ainda conforme a publicação, além de insinuar fraude na disputa eleitoral, o ex-presidente insistiu na teoria conspiratória de que havia “infiltrados” no ataque aos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023.

Ao mesmo tempo, ele voltou a espalhar desinformação sobre a pandemia de covid-19, reiterando posicionamentos anteriores em defesa do “tratamento precoce”. Assim como um ceticismo em relação às vacinas contra a doença.

“São falas bastante preocupantes no sentido de gerar desinformação”, afirma Daniel Pinheiro, professor universitário e pesquisador de Cultura Política da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Para Pinheiro, ter dado as declarações a um veículo de mídia estrangeiro, como o canal do influenciador português, não é salvo-conduto para que as alegações escapem do bojo da Justiça brasileira.

Qualquer declaração de uma pessoa pública, independentemente do veículo em que esteja e sobretudo um ex-presidente da República, terá um impacto político. Com certeza irá ecoar no Brasil. Hoje em dia, a informação não tem fronteiras, vai chegar no País e vai repercutir. No âmbito jurídico, com certeza vai ser debatido, sobretudo no rol das ações que tramitam nessa temática, explica Pinheiro.

Urnas eletrônicas

Em suma, questionado pelo influenciador sobre o uso das urnas eletrônicas nas últimas eleições do País, Bolsonaro deu uma resposta evasiva. Além disso, ele se queixou de não poder “duvidar” do sistema eleitoral.

“Quem duvidar das eleições do Brasil em 2022 será preso. Preciso falar mais alguma coisa?”, questionou o ex-presidente, evitando uma crítica mais direta ao processo de voto digital.

Sobretudo, a insistência em uma suposta tese de falibilidade no voto eletrônico levou Bolsonaro a ser declarado inelegível pelo TSE.

É que em 18 de julho de 2022, o então presidente convocou uma reunião com embaixadores estrangeiros para tentar colocar em suspeição o sistema eleitoral do País.

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Foto: reprodução/vídeo