Bolsonaro não vê problema em aliada do filho ir a chefe da Abin pedir ajuda

O ex-presidente também classificou a operação da PF contra Carlos Bolsonaro como "perserguição implacável"

Ferreira Gabriel

Publicado em: 29/01/2024 às 17:26 | Atualizado em: 29/01/2024 às 19:34

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou as investigações da Polícia Federal sobre organização criminosa que teria se instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas.

Durante entrevista à Jovem Pan, o ex-presidente disse não ver problemas em troca de mensagens entre a assessora do filho Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Em print anexado à investigação, a assessora parlamentar Luciana Almeida conversa com Ramagem. Na ocasião, Luciana pede “ajuda relacionada ao inquérito policial federal em andamento em unidades sensíveis da Polícia Federal”.

A conversa extraída do afastamento do sigilo telemático de Ramagem foi interpretada pela PGR como um indicativo de que o “núcleo político possivelmente se valia do delegado Alexandre Ramagem para obtenção de informações sigilosas”.

Durante a entrevista, Jair Bolsonaro afirmou aos repórteres da emissora de TV que não via problema algum nesse episódio. Disse ainda que procuraria Ramagem se tivesse algum problema, pois viraram amigos.

“Eu pergunto: qual o problema ter acesso a número dos inquéritos? Não vejo problema. Se eu tiver problema na PF, vou me consultar com o Ramagem também, que eu virei amigo dele”, disse aos repórteres.

Filho 02 de Bolsonaro, Carlos é tido pelas investigações como integrante do chamado “núcleo político” de uma susposta organização criminosa atuante na Abin, nos anos em que a agência foi dirigida por Ramagem, entre 2019 e 2022.

“A autoridade policial estabelece que a sra. Luciana Almeida, antiga assessora de Carlos Bolsonaro, operara como intermediadora das demandas do interesse do vereador a Alexandre Ramagem”, relata a PGR em manifestação assinada pelo procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco.

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