Bolsonaro fez pelo menos 5 reuniões do golpe de Estado, entrega Cid
Os encontros foram listados em diferentes depoimentos

Ferreira Gabriel
Publicado em: 13/03/2024 às 22:56 | Atualizado em: 13/03/2024 às 23:11
O tenente-coronel Mauro Cid revelou à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez ao menos cinco reuniões com militares para tratar de um golpe de Estado. Os encontros foram listados em diferentes depoimentos. As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, obtidas com investigadores envolvidos na apuração do caso.
Cid, importante lembrar, era o principal ajudante de ordens de Bolsonaro durante sua passagem pelo Planalto. Após ser preso por fraudes em cartões de vacinação, fechou um acordo de delação premiada.
A primeira reunião delatada por Cid ocorre em julho de 2022. O encontro foi gravado e contava com militares e ministros. Foi essa gravação, encontrada no computador do militar, que levou a PF a afirmar que ficou revelada ‘a dinâmica golpista’ na antiga gestão. Bolsonaro, entre outros sinais em favor da ruptura, pede que aliados ampliem os questionamentos sobre o sistema eleitoral. Ele, como é habitual, não fornece provas de suas afirmações.
A segunda reunião delatada por Cid foi o encontro em que Filipe Martins, outros assessor direto de Bolsonaro, apresentou a minuta de golpe ao ex-capitão logo após a derrota nas urnas. Ele estava acompanhado do advogado Amauri Feres Saad. Após ter conhecimento do documento, Bolsonaro teria pedido alterações.
Um dos trechos modificados visava prender Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal.
Com a nova minuta em mãos, Bolsonaro então se reuniu com militares em 7 dezembro de 2022. Nesta terceira reunião participaram os comandantes das Forças Armadas. Foi ali que Bolsonaro apresentou o documento aos fardados.
Este terceiro encontro, diz Cid, não contou com a sua presença. Ele soube, porém, o que foi discutido ali pouco tempo depois da reunião a partir de conversas com os próprios participantes.
O quarto encontro, segundo a delação de Cid, ocorreu em 12 de dezembro de 2022 e serviu, de acordo com os investigadores da PF, para alinhar estratégias para tirar o plano de golpe do papel.
Em 28 de dezembro, Cid afirma que Bolsonaro fez a quinta reunião para tramar o golpe. Nela participam, segundo O Globo, oficiais das forças especiais e assistentes de generais simpatizantes do golpe de Estado.
Nesta segunda-feira 11, Cid tornou a prestar depoimento à PF. Foi a sétima vez que o ex-ajudante de ordens fica de frente com os investigadores.
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Foto: Alan Santos/Presidência