Por vingança, Bolsonaro corta de novo água para nordestinos

Em novembro, a operação também foi suspensa pelo mesmo motivo: havia apenas R$ 9 milhões, dos R$ 41 milhões necessários para abastecer 1,6 milhão de pessoas naquele mês

Bolsonaro corta fornecimento de água para famílias do Nordeste

Publicado em: 14/12/2022 às 15:50 | Atualizado em: 14/12/2022 às 15:50

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a paralisar a Operação Carro-Pipa, que leva água potável a famílias que vivem em zonas rurais de municípios em situação de emergência pela seca, no semiárido do Nordeste e de Minas Gerais.

Economia bloqueou R$ 21 milhões. Segundo informou o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional), o recurso para manutenção da operação até o fim do mês não foi liberado pelo Ministério da Economia. E nem há previsão para que isso ocorra.

A operação é uma parceria do MDR com o Exército e existe há mais de 20 anos. Em dezembro, ela deveria atender a mais de 1,5 milhão de pessoas. Entretanto, segundo o site oficial da operação, dos 461 municípios elegíveis:

259 estavam aguardando recurso;

56 temporariamente suspenso;

135 em execução;

10 em reconhecimento de decretos.

Não é a primeira vez. Em novembro, a operação também foi suspensa pelo mesmo motivo: havia apenas R$ 9 milhões, dos R$ 41 milhões necessários para abastecer 1,6 milhão de pessoas naquele mês.

Com isso, a operação começou a ter problemas nos estados ainda no início do mês, com a suspensão total a partir do dia 16.

Um repasse extra no orçamento de R$ 21,4 milhões em novembro, feito pelo Ministério da Economia, permitiu o retorno da operação no último dia 28. Entretanto, a verba deu conta do abastecimento até ontem apenas.

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Em 2022, a Operação Carro-Pipa atendeu a média mensal de 455 municípios, beneficiando 1,5 milhão de pessoas, segundo o MDR.

Mais verba pedida e negada. Segundo Karine Lopes, diretora do Departamento de Articulação e Gestão da Defesa Civil Nacional, o valor de R$ 21 milhões foi repassado pelo Exército e seria o necessário para manter a execução e a fiscalização da operação até o fim do ano.

“Hoje a gente não tem verba. Segundo o Exército, com o recurso que a gente descentralizou, a operação ia até a data de hoje [ontem]”, explicou, citando que alguns locais podem estender ainda por alguns poucos dias a operação por conta de ainda haver resto de recursos.

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Foto: Divulgação/Agência Brasil/EBC