Confissão de governador bolsonarista pode dar cadeia a Bolsonaro e Costa Neto
Governador Jorginho Mello afirma que Bolsonaro e Valdemar Costa Neto mantêm contato frequente, contrariando decisão do STF. Descumprimento pode resultar em prisão.

Diamantino Junior
Publicado em: 15/01/2025 às 11:49 | Atualizado em: 15/01/2025 às 11:49
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), revelou em entrevista que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, “conversam muito”, apesar de estarem proibidos de manter contato por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão judicial, em vigor desde fevereiro de 2023, visa evitar interferências nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual ambos são indiciados.
Durante a entrevista à Jovem Pan na última segunda-feira (13/1), Mello afirmou que, mesmo mantendo a distância física de 200 metros na sede do PL em Brasília, Bolsonaro e Valdemar mantêm diálogos frequentes.
“Nosso presidente conversa muito com o Bolsonaro, que é nosso presidente de honra. Espero que daqui a pouco eles possam conversar na mesma sala para se ajudarem ainda mais”, declarou o governador.
A confissão de Mello coloca os dois políticos em situação de risco jurídico. Caso o descumprimento da medida cautelar seja comprovado, o ministro Moraes pode determinar a prisão preventiva de Bolsonaro e Valdemar, conforme previsto no Código de Processo Penal (CPP).
A proibição de contato foi adotada como medida cautelar para garantir a imparcialidade das investigações e proteger o andamento do processo.
Leia mais
Dono do PL e balcão da organização de Bolsonaro, Valdemar fala na PF
No entanto, a fala do governador de Santa Catarina pode ser interpretada como evidência de que a determinação judicial está sendo desrespeitada, abrindo espaço para possíveis sanções legais.
A revelação reacende o debate sobre o impacto político e jurídico das investigações em curso e reforça a vigilância sobre os desdobramentos das ações judiciais relacionadas à tentativa de golpe de Estado.
Leia mais no site da revista Fórum
Fotos.: Beto Barata/ PL