Desespero e choro dos filhos de Bolsonaro com indiciamento pelo plano de golpe
Desespero marca ações de Flávio e Eduardo Bolsonaro após indiciamento do pai. Defesas incluem manipulações e ameaças a Alexandre de Moraes.

Diamantino Junior
Publicado em: 22/11/2024 às 14:23 | Atualizado em: 22/11/2024 às 14:23
As recentes movimentações de Flávio e Eduardo Bolsonaro demonstram um claro estado de desespero diante do avanço das investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O inquérito da Polícia Federal (PF), com 884 páginas, indiciou o ex-presidente e outros 35 envolvidos em um esquema de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
A defesa de Bolsonaro e as narrativas fabricadas
Flávio Bolsonaro recorreu às redes sociais para distorcer os fatos sobre o plano golpista que incluía o assassinato de Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Em um vídeo manipulado, o senador sugere, sem provas, que o próprio Lula teria fabricado a narrativa do plano para assassiná-lo.
Contudo, o material divulgado foi amplamente desmentido, pois utilizava trechos de discursos fora de contexto para confundir a opinião pública.
Já Eduardo Bolsonaro tenta inverter a narrativa ao acusar Moraes de agir com “vingança” contra seu pai, ignorando as evidências robustas apresentadas pela PF.
A estratégia dos irmãos busca desacreditar as instituições e reforçar a mobilização de sua base política.
Ameaças diretas ao STF e à democracia
Na Comissão de Segurança Pública do Senado, Flávio Bolsonaro fez declarações graves contra o ministro Alexandre de Moraes, sugerindo sua cassação futura caso o Senado alcance maioria governista.
Ele ainda defendeu a aprovação de uma anistia geral para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo Moraes, em uma tentativa de minar o trabalho das instituições democráticas.
Revelações sobre o plano golpista
As investigações revelaram que o plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes foi articulado por militares próximos a Bolsonaro em novembro de 2022, na residência do general Braga Netto.
A operação da PF prendeu quatro militares e um agente da corporação, indicando a proximidade do ex-presidente com as ações golpistas.
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O indiciamento de Jair Bolsonaro representa um marco na responsabilização pelos ataques à democracia. Com a conclusão do inquérito entregue ao STF, cabe agora à Procuradoria Geral da República decidir se apresenta denúncia formal contra os acusados.
As ações de Flávio e Eduardo Bolsonaro, ao defenderem narrativas falsas e ameaçarem instituições, não apenas reforçam o comprometimento da família com práticas antidemocráticas, mas também expõem o desespero diante da iminente responsabilização judicial de Jair Bolsonaro e seus aliados.
Foto: montagem sobre foto BNC Amazonas