Bolsonaro surta com seu chefe da Abin paralela que gravou conversa-bomba
Áudio de Alexandre Ramagem com Bolsonaro e aliados sobre defesa no caso das rachadinhas gera crise no núcleo bolsonarista.

Diamantino Junior
Publicado em: 12/07/2024 às 18:39 | Atualizado em: 12/07/2024 às 18:39
Um áudio encontrado em um aparelho de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), tornou-se a mais recente fonte de discórdia dentro do núcleo bolsonarista.
A gravação registra uma reunião entre Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno e uma advogada de Flávio Bolsonaro, na qual discutem estratégias de defesa para o senador no caso das rachadinhas.
O vazamento do áudio caiu como uma bomba entre os apoiadores de Bolsonaro, gerando forte irritação no ex-presidente.
Reação ao vazamento
O ex-ocupante do Planalto está “muito irritado” com o fato de a reunião ter sido registrada e o material guardado por Ramagem, mesmo sabendo que a Polícia Federal (PF) estava investigando a existência de uma “Abin paralela”, revela a coluna de Valdo Cruz, no G1.
“Ele deveria ter destruído esse áudio, nunca guardado. Por que ele guardou?”, indagou um aliado de Bolsonaro, expressando o sentimento comum entre os extremistas.
Ramagem e sua carreira política
Alexandre Ramagem deixou a Abin em março de 2022, dentro do prazo final para se candidatar a deputado federal.
Foi eleito pelo Partido Liberal (PL), o mesmo de Bolsonaro, e atualmente é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, sendo um dos principais nomes do bolsonarismo.
As recentes revelações sobre o áudio aumentaram a preocupação entre os aliados de Bolsonaro, que temem os impactos negativos nas eleições municipais.
Investigação da Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (11) uma nova fase da operação Última Milha.
Desde 2023, a operação investiga o possível uso ilegal dos sistemas da Abin para espionar autoridades e desafetos políticos durante o governo de Jair Bolsonaro.
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De acordo com as investigações, o grupo teria utilizado sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.
As implicações dessas investigações e o vazamento do áudio complicam ainda mais a situação política do núcleo bolsonarista.
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Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados