PF quer bloquear R$ 17 milhões doados a Bolsonaro via pix
A PF pretende rastrear a origem dos recursos e cruzar informações para investigar as doações.

Diamantino Junior
Publicado em: 25/08/2023 às 15:19 | Atualizado em: 25/08/2023 às 15:19
A Polícia Federal (PF) planeja solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a indisponibilidade de R$ 17,2 milhões que foram direcionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro por apoiadores por meio do sistema Pix, em uma espécie de campanha de arrecadação para quitar multas judiciais.
De acordo com informações da revista IstoÉ, a PF suspeita que essas doações ocultem atividades potencialmente relacionadas a lavagem de dinheiro, considerando a possibilidade de diversas doações recebidas. Os investigadores buscam bloquear os valores enquanto a quebra do sigilo bancário permitiria rastrear a origem de depósitos fragmentados.
Uma fonte da PF compartilhou com a IstoÉ que, ao bloquear os fundos e realizar investigações, será possível cruzar informações e identificar os doadores.
O sistema Pix, uma vez que é operado pelos bancos, está ligado aos CPFs dos potenciais doadores, facilitando a análise. Isso permitirá que as autoridades investiguem a procedência dos recursos doados e alegadamente lavados.
Bolsonaro recebeu essas doações após solicitações de ajuda feitas por seus apoiadores nas mídias sociais, destinadas ao pagamento de multas judiciais. Entretanto, um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que o ex-presidente investiu esses recursos em fundos de renda fixa.
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Na quinta-feira à noite (24/8), Bolsonaro apresentou extratos bancários ao Supremo Tribunal Federal.
Os advogados do ex-presidente afirmaram em uma petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes que essa ação foi voluntária, solicitando sigilo nos autos.
Moraes havia autorizado previamente a quebra do sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro, sua esposa, em 17 de agosto.
Essa decisão faz parte de uma investigação sobre a venda e transporte de joias que foram adquiridas pela Presidência. Essas joias foram levadas para fora do país e comercializadas nos Estados Unidos. As investigações estão analisando possíveis atividades de lavagem de dinheiro e descaminho, pois as joias deveriam ter sido incluídas no patrimônio presidencial.
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