Por comparar professor a traficante, E. Bolsonaro é investigado da PF

Repercussão do discurso gerou debates sobre liberdade de expressão e limites no exercício do mandato parlamentar.

Diamantino Junior

Publicado em: 20/07/2023 às 18:09 | Atualizado em: 20/07/2023 às 18:09

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) após proferir um discurso controverso durante um evento do grupo Pró-Armas Brasil na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no último dia 9. No discurso, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro comparou professores a traficantes, gerando ampla repercussão e críticas.

O pedido de investigação foi encaminhado à PF pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. No entanto, para que a investigação prossiga, é necessária a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que Eduardo Bolsonaro possui foro privilegiado.

A PF irá analisar os discursos proferidos pelo parlamentar para determinar se houve a prática de crimes, especialmente incitação à prática criminosa e apologia de fato criminoso. Flávio Dino apontou que tais crimes podem ter sido cometidos por Eduardo Bolsonaro, que também é lobista da indústria de armas.

Na ocasião do discurso, Eduardo pediu aos pais que fiquem atentos ao conteúdo ensinado nas escolas para evitar a atuação de “professores doutrinadores”. Logo em seguida, fez a polêmica comparação entre esses professores e traficantes de drogas, gerando reações de repúdio e indignação.

Leia mais

Eduardo Bolsonaro iguala professor a traficante de drogas

Além da investigação envolvendo Eduardo Bolsonaro, a PF também irá apurar as declarações do deputado bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES), que atacou e desafiou o ministro Flávio Dino, questionando-o a retirar-lhe a arma.

As autoridades estão atentas aos desdobramentos desses casos, que têm gerado debates acalorados sobre liberdade de expressão, discurso de ódio e limites no exercício do mandato parlamentar.

Mais informações sobre o andamento das investigações e possíveis desdobramentos serão divulgadas pelas autoridades competentes nos próximos dias.

Leia mais na revista Fórum

Foto: divulgação