Passando frio e vergonha nos EUA, grupo bolsonarista só viu Trump na TV
Congressistas brasileiros foram excluídos do local de honra na posse de Trump, assistindo ao evento por telão.

Diamantino Junior
Publicado em: 20/01/2025 às 21:14 | Atualizado em: 20/01/2025 às 21:14
A participação de grupo bolsonarista de parlamentares na posse de Donald Trump, nesta segunda-feira (20/1), evidencia tanto o impacto do alinhamento ideológico quanto os limites diplomáticos dessa estratégia. Deputados como Bia Kicis, Carla Zambelli e Jorge Seif marcaram presença em Washington, mas foram relegados a acompanhar a cerimônia remotamente, devido às mudanças de local provocadas pelo clima.
A decisão de assistir ao evento em um hotel, longe da Rotunda do Capitólio, não apenas destacou a exclusão dos representantes brasileiros do círculo de honra, mas também simbolizou a fragilidade do protagonismo que a delegação buscava.
Enquanto líderes internacionais de direita, como Javier Milei (Argentina) e Giorgia Meloni (Itália), estiveram entre os convidados de destaque, os congressistas brasileiros enfrentaram um contexto de visibilidade limitada.
Michelle Bolsonaro, representante informal do ex-presidente Jair Bolsonaro, também não participou de momentos de maior exposição, apesar da promessa de um “tratamento especial” por sua proximidade com Trump.
Sua ausência de interações públicas relevantes durante a posse reforça a percepção de uma participação protocolar e de baixo impacto.
Outro ponto de destaque foi a composição do público de honra, que incluiu CEOs de gigantes tecnológicos como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos, refletindo o alinhamento entre o governo Trump e os setores empresariais.
Essa escolha sublinha o contraste entre a política externa pragmática dos EUA e a abordagem brasileira, marcada por uma busca de alinhamento ideológico que carece de reciprocidade tangível.
A exclusão da delegação brasileira do centro das atenções na posse de Trump é um lembrete do desequilíbrio entre aspirações de influência global e a realidade do papel que os parlamentares bolsonaristas ocupam no cenário internacional.
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É preciso repensar estratégias diplomáticas que priorizem ganhos concretos e relações multilaterais sólidas, ao invés de apostas em alianças ideológicas que frequentemente resultam em isolamento e constrangimento.
Comitiva de deputados viu a posse em quarto de hotel. Michelle passeava enquanto Trump falava em expulsar brasileiros.
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Foto: redes sociais