Auxiliar de Bolsonaro quebrou acordo de delação, diz PF ao STF
Moraes pede opinião do MPF antes de mandar coronel Cid de volta à cadeia

Mariane Veiga
Publicado em: 19/11/2024 às 20:20 | Atualizado em: 20/11/2024 às 11:58
A Polícia Federal (PF) enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório em que aponta omissões e contradições no depoimento desta terça-feira (19) de Mauro Cid e no qual afirma que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro descumpriu cláusulas do acordo de delação premiada.
Moraes pediu que a Procuradoria-geral da República (PGR) se manifeste sobre o tema para decidir se cancela os benefícios concedidos a Mauro Cid com a delação. Só depois disso, ele vai analisar se deve decretar a prisão de Cid, caso haja um pedido da PF.
Uma possível anulação do acordo não envolve o conteúdo da delação em si, e as provas coletadas seguem valendo, mesmo que a colaboração seja cancelada.
Os pedidos de Cid para ter colaborado com as autoridades envolvem uma redução de pena e a possibilidade de responder aos processos fora da prisão. Além disso, ele deve respeitar uma série de medidas como usar tornozeleira eletrônica e não se comunicar com outros investigados.
Em depoimento na tarde desta terça-feira (19), Cid negou ter conhecimento de um plano para um golpe de Estado em dezembro de 2022 e que resultou na operação desta terça-feira, com a prisão de 4 militares e um policial federal.
Segundo apuração da TV Globo, os investigadores não ficaram satisfeitos e acreditam que o ex-assessor de Bolsonaro esconde informações sobre o plano golpista.
A investigação da PF aponta que Cid e o general da reserva Mario Fernandes, preso nesta terça-feira, trocaram mensagens sobre as supostas ações golpistas. O general disse a Cid que conversou com o presidente e que ouviu dele que “qualquer ação” poderia acontecer até o último dia de 2022.
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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado