Golpistas têm peito de repetir 8 de Janeiro? De 2 mil presos, restam 66

O STF já condenou oito pessoas, enquanto 33 são réus acusados de execução dos crimes.

Diamantino Junior

Publicado em: 04/01/2024 às 15:37 | Atualizado em: 04/01/2024 às 19:16

Um ano após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, 66 seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro seguem presos. No total, 1.170 pessoas foram detidas e conduzidas para a Academia Nacional de Polícia.

Entre as 66 pessoas presas, oito já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, houve 30 condenações.

As penas variam de três anos, no regime aberto, a 17 anos de prisão, que prevê regime inicialmente fechado.

Também entre os que estão presos, 33 são réus denunciados como executores dos crimes praticados naquela tarde de 8 de janeiro.

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), um total de 25 pessoas, das 66 presas, são investigadas por financiar ou incitar os crimes.

O Ministério Público apresentou, no total, 1.354 denúncias.

No flagrante dos atos de vandalismo no 8 de janeiro, foram presos em flagrante 243 extremistas, que estavam dentro dos prédios públicos. Destes, 166 eram homens e 82 mulheres.

No dia seguinte, 1.927 pessoas foram detidas no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. Dessas pessoas, 775 foram liberadas por serem idosos e mães de crianças menores, entre outras razões. Entre os dias 17 e 20 de janeiro, após exame dos flagrantes e realização de audiências de custódia, 938 permaneceram presas.

No fim do ano passado, em dezembro, o ministro Alexandre de Moraes validou 38 acordos de réus que não participaram das invasões

Essas pessoas confessaram os crimes e se comprometeram a prestar 300 horas de serviços à comunidade, a não cometer delitos semelhantes, além de participar de forma presencial de um curso sobre democracia, estado de direito e golpe de Estado.

8 de janeiro no Brasil

Os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 foram uma série de manifestações realizadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília, capital do Brasil. Os manifestantes protestavam contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pediam uma intervenção militar, o fechamento do Congresso, a prisão de Lula e a retomada do poder por Bolsonaro.

As manifestações começaram no dia 7 de janeiro, com um acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. No dia seguinte, os manifestantes invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

Durante as invasões, os manifestantes vandalizaram os prédios públicos, queimaram documentos e agrediram policiais. Também foram registrados casos de racismo e misoginia.

Após as invasões, o governo federal decretou intervenção em Brasília.

Ao todo, 1.170 pessoas foram detidas e conduzidas para a Academia Nacional de Polícia. Entre os detidos, havia 243 pessoas que foram presas em flagrante por participar das invasões.

Atos golpistas

Os atos golpistas de 8 de janeiro mostraram o viés autoritário dos bolsonaristas.

Os atos também revelaram a existência de um movimento bolsonarista radicalizado, que é contrário à democracia e à Constituição brasileira.

Os atos golpistas também tiveram um impacto negativo na imagem do Brasil no exterior. Eles levaram a uma condenação internacional da violência e do extremismo bolsonarista.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil