PIS/Cofins e indústria se destacam na boa arrecadação do país
A arrecadação da União em maio de 2024 alcançou R$ 202,98 bilhões, um aumento real de 10,46% em comparação ao mesmo mês de 2023, impulsionada por variáveis macroeconômicas e fatores atípicos.

Diamantino Junior
Publicado em: 25/06/2024 às 19:33 | Atualizado em: 25/06/2024 às 19:36
A arrecadação da União com impostos e outras receitas alcançou um recorde histórico para o mês de maio, totalizando R$ 202,98 bilhões, segundo dados divulgados pela Receita Federal nesta terça-feira (25/6). Esse montante representa um aumento real de 10,46%, corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em comparação a maio de 2023. Este é o maior valor arrecadado para meses de maio desde 1995, quando teve início a série histórica.
Além disso, o acumulado de janeiro a maio de 2024 também apresentou um desempenho recorde, com arrecadação total de R$ 1,09 trilhão, indicando um crescimento real de 8,72%.
As receitas administradas pela Receita Federal em maio somaram R$ 196,68 bilhões, representando um aumento real de 10,4%.
Esses resultados foram impulsionados por variáveis macroeconômicas favoráveis e fatores atípicos, como a tributação dos fundos exclusivos, a atualização de bens e direitos no exterior e a retomada da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis.
Por outro lado, a arrecadação foi impactada negativamente pela situação de calamidade no Rio Grande do Sul, onde enchentes afetaram 478 dos 497 municípios, causando prejuízos econômicos significativos. A Receita Federal estimou uma perda de arrecadação de R$ 4,4 bilhões devido ao diferimento de tributos federais para os municípios em estado de emergência.
Contribuindo positivamente, houve um recolhimento extra de R$ 820 milhões do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de capital, referente à tributação de fundos exclusivos, e a reoneração do PIS/Pasep sobre combustíveis.
A arrecadação do IRRF-Rendimento de Capital teve um aumento de 6,46% em relação a maio de 2023, totalizando R$ 8,22 bilhões.
No acumulado do ano, essa arrecadação cresceu 25,08%, chegando a R$ 52,85 bilhões.
Além disso, a arrecadação do PIS/Pasep e Cofins alcançou R$ 40,52 bilhões em maio, um aumento real de 11,74%.
No acumulado do ano, essas contribuições somaram R$ 210,61 bilhões, impulsionadas pela retomada da tributação sobre combustíveis e o aumento na venda de bens e serviços.
O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre trabalho também registrou crescimento, alcançando R$ 16,81 bilhões em maio, um aumento real de 12,58%, refletindo o crescimento da massa salarial. De janeiro a maio, a arrecadação deste item totalizou R$ 94,63 bilhões, um aumento de 6,56%.
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A Receita Previdenciária teve um crescimento real de 5,92% no acumulado do ano, totalizando R$ 263,97 bilhões, influenciada pela alta real da massa salarial e pelo aumento das compensações tributárias. Em maio, a arrecadação previdenciária foi de R$ 51,67 bilhões, um aumento real de 2,74%.
Os principais indicadores macroeconômicos que explicam o desempenho da arrecadação incluem o crescimento das vendas de bens e serviços, aumento da produção industrial e crescimento da massa salarial.
Esses fatores contribuíram para o aumento da arrecadação, refletindo uma ativação da atividade econômica e uma melhora no consumo e na geração de renda.
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil