Americana, de 2 anos, não teve perdão de Trump e foi deportada para Honduras
Conforme juiz do tribunal federal de Louisiana, "é ilegal e inconstitucional deportar" um cidadão americano.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 30/05/2025 às 09:46 | Atualizado em: 30/05/2025 às 10:24
Sem perdão, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, deportou uma cidadã americana de dois anos para Honduras. Isso “sem nenhum processo significativo” e contra os desejos de seu pai.
Com isso, uma breve ordem emitida por tribunal federal de Louisiana, o juiz Terry Doughty questionou por que a administração havia enviado a criança —conhecida nos documentos judiciais apenas como V.M.L.— para Honduras com sua mãe.
Segundo a Folha de S.Paulo, mesmo que seu pai tivesse solicitado em uma petição de emergência na quinta-feira (24) que a menina não fosse enviada ao exterior.
“O governo afirma que tudo isso é aceitável porque a mãe deseja que a criança seja deportada com ela”, escreveu Doughty, um conservador nomeado por Trump. “Mas o tribunal não sabe disso.”
Para o juiz “é ilegal e inconstitucional deportar” um cidadão americano, Doughty marcou uma audiência para 16 de maio para explorar sua “forte suspeita de que o governo acabou de deportar uma cidadã americana sem nenhum processo significativo.”
Dessa forma, o caso de V.M.L., que foi relatado anteriormente pelo site Politico, é o mais recente desafio à legalidade de vários aspectos dos esforços agressivos de deportação de Trump.
Conforme documentos judiciais, a menina de 2 anos havia acompanhado sua mãe, Jenny Carolina Lopez Villela, e sua irmã mais velha, Valeria, a uma consulta de imigração em Nova Orleans na terça-feira (22), quando foram detidas por oficiais do ICE, o serviço de imigração e controle de alfândega.
Jenny estava com a deportação marcada para esta sexta-feira. E, em um documento apresentado ao juiz Doughty, advogados do Departamento de Justiça alegaram que ela “deixou claro aos oficiais do ICE que queria manter a custódia de V.M.L. e que V.M.L. fosse” com ela para Honduras.
Porém, em uma petição apresentada na quinta-feira pela guardiã da criança, Trish Mack, seu pai afirmou que quando falou brevemente com Jenny, ele podia ouvi-la e as crianças chorando. O pai lembrou-a, dizia a petição, que “sua filha era uma cidadã americana e não podia ser deportada.”
O pai, que não foi identificado pelo nome na petição, tentou dar à mãe da criança o número de telefone de um advogado, mas ele alega que os oficiais interromperam a ligação.
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Foto: reprodução/YouTube