Amazônia: indígenas e ribeirinhos estão longe do crédito de carbono
Proprietários de terra recebem um estímulo para manter a vegetação em pé.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 26/05/2025 às 09:08 | Atualizado em: 26/05/2025 às 09:08
Dos 166 projetos de crédito de carbono, mais da metade, que corresponde a 73% estão na Amazônia. Contudo apenas nove estão em terras indígenas e comunidades quilombolas.
Como resultado, indígenas e ribeirinhos estão longe de serem contemplados por esses projetos. Como revela o Estadão.
Segundo a informação, estudo do Idesam indica que 95% das áreas dos projetos de carbono estão em territórios privados.
Apesar de que 61% da Amazônia Legal corresponder a unidades de conservação, terras indígenas e quilombolas, além de assentamentos.
É o que tevela o mapeamento dos projetos de carbono – feito pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), com o apoio do Instituto Clima e Sociedade.
Assim, para a entidade, isso significa que há desafios importantes para territórios coletivos gerarem créditos e também se beneficiarem dos recursos.
Ainda conforme a publicação, a consultora do Idesam,Karoline Brasil afirma:
“Povos indígenas e tradicionais não conseguem acessar o mercado de carbono devido a custos e à alta burocracia no formato tradicional dos projetos”.
Nesse sentido, estimativas apontam que a certificação de um projeto de crédito de carbono do tipo REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) custa ao menos R$ 1 milhão ao ano.
Então, no segmento de REDD, os proprietários de terra recebem um estímulo para manter a vegetação em pé.
Desse modo, nesse modelo, é calculado o porcentual médio de desmatamento na região da propriedade que comercializa os créditos.
Assim, no ano seguinte, verifica-se quanto foi devastado. Se o dono da terra conseguiu manter mais mata do que se calculava que seria destruída, a diferença é convertida em créditos de carbono, que podem ser revendidos a empresas interessadas em compensar suas emissões.
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Foto: Luís Gustavo/Incra Oeste do Pará