COP 30: entidades querem mais recursos globais para Amazônia

A quatro meses da realização da COP30, em Belém, um grupo de organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e lideranças globais entregou à presidência da conferência climática, liderada por Ana Toni, uma carta com propostas urgentes para ampliar o financiamento à proteção da Amazônia.

O documento destaca a necessidade de atrair recursos públicos, privados e filantrópicos em larga escala para conservação, restauração e desenvolvimento sustentável do bioma, que já perdeu 17% de sua cobertura florestal.

Intitulado “Ampliando o Grande Financiamento para Soluções Baseadas na Natureza para Proteger a Amazônia”, o documento propõe que o Brasil lidere uma mobilização internacional para reverter a trajetória de degradação ambiental na região.

As recomendações se concentram em três eixos:

• financiamento para a conservação
• promoção de uma economia verde e inclusiva
• fortalecimento da governança e das capacidades locais

Entre as metas estão a conservação de 331 milhões de hectares, a restauração de 600 mil km² e o fortalecimento direto de comunidades indígenas e tradicionais.

O texto defende ainda a criação de uma Declaração Global pela Amazônia e de um mecanismo inovador de financiamento, o Tropical Forest Forever Facility (TFFF), com meta de captar até US$ 125 bilhões até 2030.

Atualmente, segundo o Banco Mundial, seriam necessários US$ 7 bilhões anuais para proteger a floresta. Entretanto, nos últimos dez anos, apenas US$ 5,8 bilhões foram mobilizados — e menos de 3% do financiamento climático global foi destinado a soluções baseadas na natureza.

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A proposta alerta que o colapso da Amazônia pode liberar até 300 bilhões de toneladas de carbono, inviabilizando as metas do Acordo de Paris.

A carta foi assinada por entidades como The Nature Conservancy, Conservation International, Ipam Amazônia, Rainforest Trust e outras, que agora pressionam por compromissos concretos durante a COP30.

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil