Alckmin diz que tornozeleira de Bolsonaro não afeta negociações com os EUA

Vice-presidente defende separação dos Poderes e reafirma aposta do governo no diálogo para evitar tarifa de Trump

Publicado em: 19/07/2025 às 07:42 | Atualizado em: 19/07/2025 às 07:42

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou na sexta-feira (18) que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro não deve interferir nas negociações comerciais com os Estados Unidos.

Segundo Alckmin, a separação dos Poderes garante que questões jurídicas não afetem temas tarifários.

A declaração foi dada após reunião com representantes dos setores de mineração e energia, principais afetados pela possível tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump a partir de 1º de agosto.

Alckmin destacou que o governo continuará priorizando o diálogo e a negociação. Em relação a um eventual recurso na Organização Mundial do Comércio (OMC), o vice-presidente afirmou que essa seria uma medida de último recurso, a ser considerada apenas se as tarifas forem efetivamente impostas.

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“Você só pode acionar a OMC com base em um fato concreto”, explicou, acrescentando que o governo dos EUA ainda não respondeu à carta enviada pelo Brasil pedindo a suspensão do tarifaço.

Coordenador do comitê interministerial que trata do tema, Alckmin relatou que reuniões com empresários ajudaram a reforçar os argumentos brasileiros.

Ele enfatizou que o aumento tarifário traria prejuízos para ambos os países e que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil no setor de mineração, o que, segundo ele, não justifica a medida.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil