Alberto Neto ajudou entidades suspeitas de fraudar o INSS

Informação é do jornal O Estado de S. Paulo. Ela foi publicada ontem na versão eletrônica e hoje, no impresso

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 06/05/2025 às 10:02 | Atualizado em: 06/05/2025 às 10:09

O deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos), ex-candidato à Prefeitura de Manaus e pré-candidato ao Senado em 2026, foi posto na polêmica nacional envolvendo fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo reportagem do Estadão, na noite desta segunda-feira, 5, o parlamentar foi relator de uma medida provisória que flexibilizou o controle sobre descontos em folha de pagamento de aposentados e pensionistas. A operação beneficiou associações agora investigadas por fraudes.

Em 2021, durante a tramitação da medida provisória, Alberto Neto acatou uma emenda que prorrogou o prazo para revalidação anual dos descontos autorizados por beneficiários do INSS.

“A emenda original prorrogava a revalidação até 2023. Depois, em conversa com o relator da medida provisória, deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), ficou estabelecido que o adiamento ficaria para 2022, podendo ser prorrogado por mais um ano por ato do presidente do INSS, dando o mesmo efeito prático pretendido”, diz um trecho da reportagem.

A justificativa apresentada foi o contexto da pandemia de covid-19. Entretanto, essa flexibilização contribuiu para a explosão de descontos indevidos a partir de 2023, conforme apontam a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal.

As investigações revelaram que entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) estão entre as principais beneficiadas pelas mudanças legislativas. Essas organizações são suspeitas de realizar cobranças indevidas de mensalidades sem autorização dos beneficiários, resultando em prejuízos que ultrapassam R$ 6 bilhões.

No Amazonas, o impacto é significativo, considerando a grande quantidade de aposentados e pensionistas que podem ter sido afetados por essas práticas.

A atuação de Capitão Alberto Neto, ao relatar a medida provisória que facilitou tais descontos, levanta questionamentos sobre sua responsabilidade no agravamento da situação.

Procurado pelo BNC para comentar o caso, o deputado ainda não se pronunciou. Ele também ainda não se manifestou em suas redes sociais, onde costuma se comunicar com seus eleitores.

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Foto: reprodução/Vinícius Loures-Câmara dos Deputados