Água volta, indústria da ZFM contrata 5 mil para produção do Natal
Indústrias de Manaus aceleram contratações temporárias para atender à demanda de fim de ano.

Diamantino Junior
Publicado em: 30/11/2023 às 10:16 | Atualizado em: 30/11/2023 às 10:16
Após enfrentar uma severa seca que impactou os níveis dos rios e prejudicou o transporte de mercadorias na região, as indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM) estão intensificando as contratações de trabalhadores temporários para recuperar o atraso nas encomendas de fim de ano. A recuperação gradual no volume dos rios permitiu a retomada do transporte fluvial na região Amazônica nos últimos dias.
Durante o auge da crise na Amazônia, o transporte de carga chegou a ser realizado por caminhões embarcados em balsas, carregando volumes substancialmente menores. Isso levou algumas indústrias a antecipar férias coletivas e recorrer a aviões para garantir entregas, embora a um custo significativamente mais alto.
Atualmente, algumas fábricas estão ampliando as contratações de temporários não apenas para compensar o atraso na produção, mas também para atender à crescente demanda por aparelhos de ar-condicionado. A expectativa é de que o aumento das temperaturas persista até o início do próximo ano, impulsionando a procura por climatizadores e aparelhos de ar-condicionado.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus, a contratação de temporários deve atingir 5 mil neste ano, representando um acréscimo de mil trabalhadores em comparação com o mesmo período do ano anterior e as projeções iniciais. Atualmente, o polo industrial de Manaus conta com 117 mil empregados.
Empresas como a TCL Semp e a Philco confirmaram contratações adicionais de temporários para atender à demanda sazonal. A situação, embora desafiadora, representa uma melhora em relação ao transporte fluvial, que passou a ser realizado por balsas devido ao baixo nível dos rios, impactando a produção das fábricas.
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Apesar dos desafios logísticos, a perspectiva é de uma volta à normalidade gradual, com a previsão de que navios de maior porte voltem a transitar nos rios até o final de novembro. O coordenador da Comissão de Logística do Cieam destaca que o transporte fluvial nunca foi totalmente interrompido nos últimos 30 dias, mas os deslocamentos por meio de balsas tornaram-se necessários devido ao baixo nível dos rios.
A escassez de produtos para o Natal é uma preocupação, especialmente se o nível dos rios não se recuperar até o início de dezembro. Empresas varejistas como a Bemol e a Lojas Cem anteciparam compras para evitar problemas de abastecimento, enquanto grandes varejistas como Magalu estão atentos à possível escassez de aparelhos de ar-condicionado na Zona Franca de Manaus.
Apesar dos desafios logísticos enfrentados pela ZFM devido à seca, a pesquisa do Cieam indica que apenas 3% das empresas consultadas declaram risco de desabastecimento de algum produto, minimizando o impacto no Natal.
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Foto: divulgação