‘Agora vai rolar sangue’, disse general de Bolsonaro no ataque à sede da PF
Mário Fernandes, comandante dos "kids pretos", vibrava com atos violentos e acampamentos bolsonaristas. Veja diálogos dele com golpistas.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 24/11/2024 às 21:15 | Atualizado em: 25/11/2024 às 09:22
O recente desenrolar das investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil trouxe à tona a atuação do general Mário Fernandes, cujos áudios se tornaram cruciais para o indiciamento de 37 pessoas envolvidas no processo.
Mário Fernandes revelou sua postura radical e envolvimento em ações golpistas, mantendo contato com militares, líderes do movimento e membros do governo Bolsonaro.
“Tu viu que já começaram a radicalizar, né? A prisão do cacique ali já levou. (…). O pau tá comendo. Os distúrbios urbanos já iniciaram. Agora vai rolar sangue”, comemorou o general Mário em áudio para o amigo militar.
Seus áudios, repletos de violência e conspirações, expuseram a trama contra o governo eleito, resultando em sua prisão em 19 de novembro de 2024.
Nesses áudios, Mário confirma sua participação ativa na organização de protestos golpistas, expressando entusiasmo pela violência, como ao dizer “vai rolar sangue”. Ele articulava atos de desestabilização e coordenava ações contra o governo eleito, incluindo ataques a figuras-chave como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes.
Leia aqui os diálogos completos.
Além disso, Mário mostrava preocupação com as divisões internas das Forças Armadas, especialmente a falta de apoio ao golpe entre os comandantes. Ele usava meios sigilosos para se comunicar com aliados, reforçando o nível de organização da conspiração e a seriedade das ameaças.
Mário também expressou seu desprezo pela Constituição, criticando publicamente as declarações de Bolsonaro e defendendo ações mais extremas. Sua referência à “marcha de 64” revela a intenção de mobilizar militares em um movimento de ruptura com a democracia.
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Enquanto o ex-presidente Bolsonaro se manifesta sobre as acusações, chamando as ações da Polícia Federal de “criatividade” e se distanciando das tramas golpistas, as investigações continuam a revelar detalhes alarmantes sobre a extensão dos planos de desestabilização.
O caso coloca em questão as fragilidades das instituições e o grau de polarização política que se instalou no Brasil após as eleições de 2022, exigindo uma reflexão profunda sobre a preservação da democracia e o respeito à ordem constitucional.
A matéria é do Metrópoles. Leia na íntegra.
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República