Advogado pode portar arma de fogo, aprova Comissão de Segurança do Senado

Senado avança em projeto que autoriza porte de arma para advogados com fins de defesa pessoal.

Diamantino Junior

Publicado em: 11/04/2025 às 15:24 | Atualizado em: 11/04/2025 às 15:48

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou, nesta terça-feira (8/4), o projeto de lei que autoriza o porte de arma de fogo para advogados com fins de defesa pessoal. A proposta, de autoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), presidente da comissão, recebeu parecer favorável do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), e seguirá agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O projeto altera o Estatuto da Advocacia e o Estatuto do Desarmamento, assegurando aos advogados regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) o direito ao porte de arma em todo o território nacional. A regulamentação caberá ao Conselho Federal da OAB.

Segundo Alessandro Vieira, a medida busca garantir tratamento isonômico aos advogados, equiparando-os a juízes e promotores de Justiça, que já possuem esse direito. “Não há hierarquia entre advogados, juízes e promotores”, justificou o relator.

O texto aprovado inclui emenda do senador Sergio Moro (União-PR), que considera o comprovante de exercício regular da advocacia, emitido pela OAB, como documento suficiente para demonstrar a necessidade do porte. A emenda também impõe restrições, como a proibição do ingresso armado em fóruns, tribunais, presídios e locais sujeitos a regras de segurança específicas.

Além disso, foi aprovada uma emenda do senador Fabiano Contarato (PT-ES) que exige dos advogados a comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio da arma.

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Sergio Moro destacou que o projeto não concede automaticamente o porte a todos os advogados. “Apenas aqueles que preencherem os requisitos legais e tiverem interesse poderão solicitá-lo”, afirmou.

Ele ainda reforçou que o porte não autoriza o ingresso armado em ambientes controlados por normas de segurança específicas, como fóruns e delegacias.

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Foto: banco de imagens