Moro também usou Abin para espionagem clandestina, acusa empresário
Empresário Tony Garcia acusa Sergio Moro de utilizar a ABIN para investigações clandestinas contra Flávio Bolsonaro e ministros do STF, visando chantagem e nomeação ao Supremo.

Diamantino Junior
Publicado em: 12/07/2024 às 18:17 | Atualizado em: 12/07/2024 às 18:17
O empresário Tony Garcia, em uma publicação na rede social X, acusou o ex-juiz e atual senador Sergio Moro de utilizar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para realizar investigações clandestinas. Segundo Garcia, Moro teria empregado a agência para coletar informações comprometedoras sobre Flávio Bolsonaro, filho do então presidente Jair Bolsonaro, além de dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que se opunham à Operação Lava Jato. Até o momento, Moro não se pronunciou sobre o escândalo de espionagem paralela protagonizado pelo clã Bolsonaro.
Espionagem e chantagem
Garcia afirmou que o objetivo de Moro era garantir sua nomeação ao STF através de chantagens com as informações obtidas.
Em um tweet direcionado à Polícia Federal, ao STF e a ministros da corte, o empresário relatou que informou a um deputado federal, amigo do ex-presidente Bolsonaro, sobre as ações de Moro. “Moro utilizou a Abin para obter informações comprometedoras e assim garantir sua nomeação ao STF”, declarou Garcia.
Deterioração da relação entre Bolsonaro e Moro
Após o deputado reportar as alegações a Bolsonaro, a relação entre o presidente e Moro teria deteriorado, culminando na saída do ex-juiz do governo.
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Em uma coletiva de imprensa, Bolsonaro afirmou que a saída de Moro foi motivada pelo conhecimento de que ele não seria indicado ao STF. “Bolsonaro sabia das intenções de Moro e isso afetou diretamente a relação entre os dois”, disse Garcia.
Possíveis consequências para Moro
Garcia destacou que Moro poderia enfrentar problemas se investigado pela Polícia Federal. Ele mencionou que um deputado, cujo nome preferiu não divulgar, é testemunha dos fatos narrados.
“Se as investigações avançarem, Moro terá que responder por suas ações”, afirmou.
A revelação das acusações e a ausência de um posicionamento de Moro até o momento trazem à tona novas questões sobre a conduta do ex-juiz e seu papel no cenário político brasileiro.
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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado