8 de Março: presença feminina nas “motocas” cresceu 65,8% em uma década

Faixa etária com maior número de mulheres habilitadas em motocicletas é de 31 a 40 anos, informa a Abraciclo

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Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 08/03/2025 às 07:59 | Atualizado em: 08/03/2025 às 08:08

A presença das mulheres no mundo das duas rodas aumenta ano a ano. De acordo com dados da Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran), hoje, 10,02 milhões de motoristas do gênero feminino possuem habilitação na categoria A no país.

Isso representa um aumento de 65,8% em dez anos. Em 2015, por exemplo, havia 6,04 milhões de mulheres pilotando uma motocicleta.

Dessa forma, com a carteira de motorista tipo A, é possível conduzir veículos de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral, com mais de 50 cilindradas.

Segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), apesar dessa alta significativa, elas ainda são minoria e representam 24,9% dos habilitados.

Atualmente há 30,1 milhões homens aptos a conduzir uma moto, o que representa crescimento de 36,2% em uma década.

Faixa etária

A faixa etária com maior número de habilitações – tanto de homens como de mulheres – é 31 a 40 anos. Elas são 3.505.664 motociclistas e eles, 8.319.381.

As pessoas com idade entre 41 e 50 anos estão em segundo lugar do ranking. O gênero feminino conta com 2.355.200 habilitações e o masculino, 7.234.120.

Na terceira posição, há uma diferença na faixa etária. As mulheres na faixa dos 26 a 30 anos somam 1.550.041 carteiras na categoria A, enquanto os homens com idades entre 51 e 60 anos, respondem por 4.527.373 das habilitações.

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Segurança é fundamental

Recém-habilitada, a programadora Darlene Gonzaga, 37 anos, procurou se aperfeiçoar e fez um curso de pilotagem defensiva para encarar o trânsito.

“Pilotar uma motocicleta sempre foi um sonho, mas é preciso estar muito bem-preparada. Penso em mim e nos outros também. Segurança é fundamental”, diz.

Já a enfermeira Gilmara Lima, de 31 anos, conta que divide a paixão pela motocicleta com a bicicleta.

“Pedalo desde criança, mas sempre sonhei com uma moto. No dia que completei 18 anos, fui me matricular numa moto-escola. Explicaram que só poderia fazer isso no dia seguinte”, relembra.

Hoje, a moto é usada nos deslocamentos diários, da casa para o trabalho e para a academia, enquanto a bicicleta fica para passeios com o marido André, no final da tarde.

“Pedalar é um hábito saudável, que traz benefícios para o corpo e para a mente”, enfatiza a enfermeira.

Frota x habilitações

A frota nacional conta hoje com 35.073.122 motocicletas. Em números absolutos, o estado de São Paulo lidera o ranking com 7.169.771 unidades. Se for feita a relação frota x número de habilitados, o primeiro lugar é do Maranhão.

A maranhense e promotora de vendas, Marinilde Gonzaga, de 45 anos, ajuda nessa estatística. Dona de duas motocicletas – já teve outras seis – a moradora de São Luís aprendeu a dirigir com o marido e depois de tirar a habilitação, em 2007, nunca mais quis saber da garupa.

A paixão é tanta que, cinco anos mais tarde, fundou o motoclube As Damas de Ferro.

“Para ser integrante, é preciso ter carteira de habilitação. A boa formação é fundamental para garantir a segurança de todos”, explica Marinilde. O clube promove ações sociais e realiza viagens. “Como dizem, quem anda de moto é muito mais feliz”, conta a maranhense.

Produção na ZFM

Segundo a Abraciclo, a fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no polo industrial de Manaus, está entre as seis maiores do mundo.

No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas na Zona Franca de Manaus, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais.

No total, as fabricantes do setor de duas rodas geram 18,7 mil empregos diretos em Manaus, Amazonas, e mais de 150 mil em todo o Brasil.

Foto: divulgação