7 de Setembro: Bolsonaro na prisão, Lula vai explorar defesa da soberania

O governo Lula se prepara para as celebrações do 7 de setembro, com o mote de “Brasil soberano”. A data é vista por aliados do presidente como uma oportunidade estratégica para que o governo retome a bandeira do patriotismo e de defesa à nação, que, nos anos anteriores, esteve fortemente associada ao bolsonarismo.

As comemorações deste ano ocorrem em um contexto de intensa agitação política e judicial. O feriado nacional se dará em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e à ofensiva do governo Donald Trump contra o Brasil, que inclui a imposição de uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros e sanções a autoridades.

A Primeira Turma do STF está agendada para iniciar o julgamento de Bolsonaro, militares e aliados pela tentativa de golpe de Estado em 2022 no dia 2 de setembro, com a sentença prevista para a semana seguinte ao desfile.

Auxiliares diretos do presidente Lula destacam que a defesa da soberania, tema já presente nos discursos do petista, ganha uma nova e crucial relevância diante do cenário político atual. Ainda não há uma definição se o presidente Lula fará um pronunciamento em cadeia nacional por ocasião da data, mas a possibilidade não foi descartada.

Além da cerimônia institucional, movimentos populares, centrais sindicais e partidos como o PT utilizarão a data para anunciar manifestações por todo o país, classificando-a como o Dia de Mobilização Nacional.

Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central de Movimentos Populares (CMP) e da coordenação da Frente Brasil Popular, afirmou que a data servirá para defender a soberania nacional e denunciar os traidores da pátria.

“Haverá dois campos políticos nas ruas: a direita defendendo o tarifaço e a ingerência dos EUA no Brasil de um lado, e do outro nós, da esquerda, democratas e progressistas, defendendo a soberania, a democracia e os direitos”.

O PT, com o mote “povo independente é povo soberano”, trabalha intensamente nas redes sociais e nas ruas para mobilizar um grande número de manifestantes. O presidente Lula, no entanto, deverá acompanhar somente o desfile na Esplanada dos Ministérios.

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Foto: Ricardo Stuckert/PR