Herdeiro de Marcola no comando de facção criminosa é preso pela PF
Tuta foi capturado na Bolívia com documentos falsos e pode ser extraditado ao Brasil nos próximos dias.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 17/05/2025 às 12:12 | Atualizado em: 17/05/2025 às 12:27
Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, ficou preso nesta sexta (16) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. As autoridades o apontam como o atual líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). Marcola, antigo chefe da facção, hoje detido no sistema penitenciário federal, o nomeou para o cargo.
Tuta estava foragido desde a Operação Sharks, a qual o Ministério Público de São Paulo deflagrou em 2020. Na ocasião de sua prisão, ele tentava renovar uma identidade estrangeira em um centro comercial quando a polícia boliviana o capturou com documentos falsos. Em seguida, as autoridades bolivianas acionaram a Interpol, e a Polícia Federal brasileira confirmou sua identidade.
Prisão, extradição e histórico no PCC
No momento, o criminoso segue preso na Bolívia, onde responde por uso de documentos falsos e falsidade ideológica. Enquanto isso, a PF aguarda os trâmites legais que podem resultar em sua expulsão e extradição para o Brasil.
No Brasil, ele já tem duas prisões decretadas e além disso, foi condenado em primeira instância por organização criminosa a 12 anos e seis meses de prisão. Também responde por lavagem de dinheiro.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, Tuta foi descrito como o sucessor direto de Marcola: “De fato, foi nomeado por ele para ser o novo número 1 do PCC”, declarou. Conforme Gakiya, ele assumiu o comando da facção dentro e fora dos presídios.
Cúpula
Durante a Operação Sharks, o MP paulista identificou 21 integrantes da nova cúpula do PCC, espalhados pelo Brasil, Bolívia, Paraguai e até África. Entre eles, Carla Luy Riciotti Lima, Robson Sampaio Lima e José Carlos de Oliveira, que formariam o braço financeiro da organização.
A operação também desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro por dólar-cabo, usado para esconder lucros do tráfico. O grupo movimentava cerca de R$ 100 milhões por ano, segundo planilhas apreendidas.
A quadrilha lavava dinheiro com carros de luxo, imóveis e transações por doleiros. Na época, a polícia apreendeu explosivos, armas, mais de R$ 100 mil em espécie e prendeu três suspeitos ligados ao grupo.
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Foto: divulgação