Golpista de Bolsonaro, policial federal vê advogados abandonarem sua causa

Esse é o que disse que iria ‘matar meio mundo’ na execução do plano de golpe contra o país.

PF encontra novas provas da trama do golpe de Bolsonaro

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 05/06/2025 às 08:25 | Atualizado em: 05/06/2025 às 08:31

O policial federal Wladimir Matos Soares, um dos golpistas mais notórios do núcleo executor do 8 de janeiro, está atualmente sem defesa. Isso porque seus advogados, Ramón Mas Gomez Junior e Luiz Carlos Magalhães, renunciaram à causa por “motivo de foro íntimo”. Conforme registros, a petição foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 2 de junho.

Curiosamente, a saída ocorre num momento particularmente sensível, justamente após o STF aceitar a denúncia contra Wladimir – acusado de tentar impedir à força a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O caso ganhou notoriedade especialmente por conta de áudios obtidos pela Polícia Federal, nos quais o agente afirma: “a gente ia matar meio mundo de gente” e “tinha que cortar a cabeça do Alexandre de Moraes”.

Diante dessa situação, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, não apenas confirmou a renúncia como também determinou a intimação de Wladimir para que ele indique um novo defensor em até dez dias.

Em caso de não indicação, o juiz designará um advogado dativo ou da Defensoria Pública. Vale destacar que o tribunal já publicou essa decisão nesta segunda-feira (3).

Réu no núcleo violento do 8 de janeiro

Wladimir, de 53 anos e natural de Salvador (BA), responde por tentar abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, participar de organização criminosa armada, deteriorar patrimônio tombado e danificar bens públicos.

A Procuradoria-Geral da República listou seu nome na Petição 12.100/DF, que reúne os principais executores do plano golpista.

Segundo a investigação, o agente usava sua posição na Polícia Federal para acessar dados estratégicos, como rotas da segurança presidencial.

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Foto: divulgação